terça-feira, março 11, 2014

Moçambique: Afinal qual é o objectivo…!

Há coisas que não consigo mesmo aceitar. Em Maputo, no Centro Joaquim Chissano, as duas delegações debatem os assuntos da agenda com educação e cordialidade. Na Assembleia da República, as três bancadas vão aprovando as várias leis que constituem o chamado pacote eleitoral, por consenso.

Desde há algum tempo não surgem notícias de ataques realizados por homens armados da Renamo na Estrada Nacional Nº1 e, apesar disto tudo, chegam notícias de que uma unidade militar governamental, na passada segunda-feira, tentou subir a uma zona da Serra da Gorongosa para a ocupar militarmente. Tentou, sem sucesso, porque foi repelida tendo fugido em debandada.
Mais uma vez se fala de mortos e feridos. Tudo isto me faz pensar que, apesar de tudo o que refiro no princípio deste texto, há gente que continua a acreditar numa solução militar para os problemas que o país enfrenta.
E como temos um Comandante em Chefe das Forças de Defesa e Segurança, sou forçado a pensar que as ordens para continuar a atacar a Gorongosa são de sua iniciativa.
Estando para muito breve a reunião do Comité Central, pode parecer que o Presidente do partido Frelimo quer chegar a esse encontro levando a cabeça de Afonso Dhlakama numa bandeja. O que, obviamente, não está a ser nada fácil. Creio, portanto, que ambas as partes devem declarar, imediatamente, um cessar-fogo, enquanto decorrem as negociações e a aprovação da legislação no Parlamento. Basta de derramamento de sangue em nome de objectivos pouco, ou nada, claros.
Se ambas as partes pensam que, por razões estratégicas, devem manter as suas posições no terreno até terem sido conseguidos os resultados políticos que pretendem, que as mantenham, mas com ordens firmes de não tomarem a iniciativa de qualquer novo confronto.
Dizem-me que continua a chegar armamento pesado ao país. A minha fonte referiu, nomeadamente, a chegada de Katiushkas, os famosos Órgãos de Estaline. Se for verdade é uma má notícia porque todos sabemos que os militares, em qualquer parte do mundo, quando recebem “brinquedos” novos querem sempre experimentá-los no terreno.
E os passos que estão a ser dados para o restabelecimento da Paz ainda são demasiado frágeis para suportarem agressões violentas. Consolidemos, portanto, o que já se conseguiu e paremos de brincar às guerras. E estou a falar para os dois lados do conflito.
José Jeco

In PINN - 11.03.2014

1 comentário:

Anónimo disse...

a biblia diz:quando os injustos dominam o povo suspira.prov.29:2