domingo, outubro 13, 2013

EPÍSTOLAS SOBRE O MOVIMENTO DIABÓLICO DE MOÇAMBIQUE – MDM.

1.      A génese do movimento

Qualquer pessoa com o mínimo de dois dedos de testa sabe que a RENAMO, sarcasticamente apelidada de “restos mortais” pelo presidente da primeira República, Samora Moisés Machel, foi criada para dar continuidade ao fascismo derrotado no teatro de guerra/guerrilha que durou 10 anos. Sabe também que a RENAMO é fruto de fascistas portugueses, meus conterrâneos, num leque que incluí Jardins, Serras Pires, Fernandes, Soares, entre outros, num casamento promíscuo e adúltero com o Apartheid dos Bothas e o fascismo de Smith, o Ian.

Com o surgimento dos “restos mortais” muitas expectativas foram criadas em volta do retorno ao fascismo e a um colonialismo moderno, porém o sonho cedo se ruiu por vários motivos, a descoberta da manha tuga pelo Afonsinho e, que a afastou, pela morte precoce do regime de Smith e latente do Apartheid, que deu lugar a uma RENAMO terrorista a solo, sem qualquer ideal se não o do sangue, recorrendo a algumas palavras de ordem deixados pelos tugas, como o “abaixo o capitalismo”, abaixo o marxismo-leninismo, entre outros, porém sem nunca saber o que é que significavam tais palavras.

Com a assinatura dos Acordos de Roma, a manha tuga, que serviu de cabo de câmara para os italianos, pensou poder ter de volta o seu protagonismo, que se prontificou a afinar a ideologia da RENAMO. Porém, “Afonsinho”, mais uma vez espertinho, recebeu aulas e afastou os tugas e, que se viram frustrados, recorreu aos intelectuais urbanos sedentos de visibilidade. Quem não se lembra dos finados Quelhas, Alone, dos Jafares por ai em diante.  

O casamento intelectual também não durou muito, afinal o tio Afonsinho e os seus correligionários das matas que não entendiam e não entendem de democracia, começaram a caça contra as bruxas e correram com os intelectuais que já constituíam sombra aos manos terroristas.

Deu “boom” (bomba) na RENAMO, os tugas mais uma vez forram escorraçados, os intelectuais também e a direita internacional vestida de embaixadas, consulados e ONGs solidarizou-se e diminuiu os deveres para com o Afonsinho, que continuava um aliado a ter em conta por causa do seu “core business”, armas e confusão.

Como nada acontecia, havia a necessidade de encontrar outsiders para continuar com confusão e semear ignorância, nesse sentido todos compulsaram uma alternativa viável que pudesse repartir o protagonismo com o “régulo” de Satungira.

Do compulsar concluiu-se um projecto condenado à morte à nascença, o PDD de Raúl Domingos, um actor que gerava desconfianças pelas suas inusitadas incursões pelas negociatas, basta recordar que este à troco de alguns meticais hipotecou uma negociata do partido, talvez porque tenha sido honesto em reconhecer a impureza do que se lhe mandara pedir.

Condenado a morte precoce, o PDD, urgiu encontrar alternativas e é ai que surge o Movimento Diabólico de Moçambique, MDM; forjado pelo apadrinhamento do Todd e de outras chancelarias, convidado o PCN, os intelectuais expurgados da RENAMO e os desejosos de consideração social que visualizaram a tão esperada ascensão.

A promiscuidade é marca de nascença do movimento, pelo facto de diplomatas em exercício não poder ser políticos em países terceiros, pelo facto de membros do PCN (movimento criado anteriormente e sem qualquer expressão) terem sido absorvidos para o movimento, mantendo a sua qualidade de membros daquele partido e por causa de outros com passados por vários partido onde até hoje são militantes.

Criado o movimento, havia necessidade de o dotar de estruturas directivas, tendo surgido o nome de Daviz Simango, filho do conturbado Urias Simango, reaccionário para os camaradas de luta de libertação, tese comprovada desde a génese da FRELIMO, pois este queria a todo custo liderar. Quem o quiser saber pergunte ao velho Kalungano, Marcelino dos Santos. Daviz é oriundo de Sofala, donde é também Afonso Dlakhama. O mano Lutero, menos traquina, acompanhava o seu maninho verdadeiramente traquina.

Daviz Simango que fora candidato da RENAMO ao município da Beira e tornara-se independente e conquistara a câmara, para além de beirense, tinha a imagem em alta para dirigir o movimento e seria usado como rosto de vitimização da FRELIMO pela morte do seu pai, que ascendera ao cargo de vice-presidente e apresentava sinais de humildade e perseverança (cobra em gestação) e foi a escolha consensual.

Já nessa altura o domínio dos beirenses era notório.

Criado o movimento, os seus representantes deslocaram-se a Europa e, seu santuário, escalaram vários países, dentre eles a Bélgica, Holanda e Portugal. Neste último país os encontros não tinham como participantes os moçambicanos por lá radicados, mas sim os ex colonos e o manifesto foi a promessa de devolução dos imóveis por estes deixados aquando da independência de Moçambique, o que valeu inúmeros apoios ideológicos e monetários, algo que similarmente aconteceu nos outros países, porém, ai com promessa de partilha dos recursos naturais de Moçambique. Alertei nessa altura a muitos sobre a impossibilidade de isso acontecer, mas era muita a vontade nesse sentido, aguçada pela irreverência dos Serras Pires que como intermediários tinham em mão várias propostas de investimentos para Moçambique.

Os intelectuais da moçambicanos na diáspora entusiasmavam-se com o projecto e predispunham-se a ajudar, ouvi falar de Kawaria, Katawala e, assumidos, outros que a partir de Maputo assumiriam a militância com o tempo, falo de Egídio Vaz, Venâncio Mondlane (filho mal amado de um veterano da FRELIMO), José Belmiro, Matias Guente, Veloso, Lima, Nhamirre, Edgar Barroso entre outros (perdoe-se-me se tiver escrito mal algum deles).

Para a propaganda, ainda que sem compromisso de militância, para alguns, o movimento contaria com os préstimos de um perigoso tridente, apesar de já débil, formado por Fernando Lima, Machado da Graça e Veloso, todos eles ligados a propaganda da primeira República. Para quem não se lembra, a grandiosidade de Samora Machel foi por estes construída, sob arquitectura de Aquino de Bragança, Óscar Monteiro e outros.

E assim se criou o movimento!

 Fonte. Jornal Domingo - 13.10.2013

2 comentários:

Anónimo disse...

eu deixo o meu apelo aos intelectuais, cientificos, academicos, que ajudem o nossos PAIS, a nao volatar a Guerra, com palavras e artigos celebres e nao que possam gerar, violencia, porquer violencia gera violancia e nao ajudara mocambique nos momentos em que vive. Cada ser humano cada povo tem a sua dignidade. Cada ser humano tem seus ideais, cada povo merece respeito, cada ser humano merece respeito.

Reflectindo disse...

Eu publiquei este artigo feito pelo G40, um grupo guebuziano que está a denigrir aos cidadãos que não alinham com o lambebotismo, contrabandismo, corrupcão, para se entender que onde realmente está o futuro de Mocambique.

Tal como o G40 me menciona, estou do lado certo.