A Polícia da República (PRM), na cidade de Nampula, procedeu ontem à apresentação pública de oito homens que confessaram que são desmobilizados da Renamo e que na passada terça-feira teriam sido dispersos pelas Forças de Defesa e Segurança (FDS) na localidade de Napome, no distrito de Nampula-Rapale, região para onde se tinham refugiado desde o dia 22 do mês em curso.
Trata-se de Gasten Vasco (natural de Caia), Valentim António (Namapa), Manuel Mandacazi (Murrupula), Horácio Raúl (Monapo), António Joaquim (Memba), Xavier Arruna (Memba), Celestino Alexandre (Nacaroa) e Jacino Cigano (Memba).
Segundo Gasten Vasco, ele e outros dezassete colegas que tinham a responsabilidade de guarnecer a residência do líder da Renamo, Afonso Dhlakama, na Rua das Flores, em Nampula, refugiaram-se na região de Napome no passado dia 22 de Outubro, por orientação do major Magaia, que se encontra em parte incerta, para supostamente fugir de um iminente ataque à casa do líder na data acima mencionada.
“Nós saímos de noite e a pé, mas os nossos bens (fardamento, comida e armas de fogo do tipo AK-47) foram transportados numa viatura”, explicou Vasco quando questionado sobre como tinham conseguido fazer mais de 50 quilómetros sem dar nas vistas.
Valentim António contou, por seu turno, que se juntou aos outros correligionários igualmente no dia 22 de Outubro, mobilizado pelo membro da Assembleia Provincial Pinoca Luxo, que igualmente se encontra detido, para participar de uma reunião (cuja agenda não referiu) na zona de Natikire, arredores da cidade capital, mas que incompreensivelmente foram levados para Napome.
Chegados à localidade de Napome, segundo confirmam, o grupo enganou a comunidade local, fazendo-se passar por garimpeiros, encobrindo assim as suas verdadeiras intenções.
Para além dos oito cidadãos confessos, a PRM encontrou e apreendeu na serra onde se encontrava acampado o grupo fardamento utilizado pelos homens armados da Renamo, constituído por 23 pares de calças, 10 pares de botas, 26 camisas, 11 cinturões, 3 capas de chuva, 6 boinas e amuletos.
Segundo o porta-voz do Comando Provincial da PRM, Miguel Bartolomeu, os cidadãos ora detidos são indiciados de prática de crime de perturbação da ordem e segurança públicas.
Segundo ele, o ataque contra uma viatura que transportava pessoas e mercadoria (mandioca seca), na passada terça-feira, que resultou na morte de uma pessoa, destruição do veículo e desaparecimento de outros tantos cidadãos, foi perpetrado por alguns elementos do grupo agora desbaratado.
Fonte: 'Rádio Mocambique - 01.10.2013
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