quarta-feira, outubro 16, 2013

A nova situação política de Moçambique e os seus reflexos sobre a liberdade de imprensa

Luca Bussotti


O Congresso de Pemba e o fim do Político em Moçambique

Quando o Embaixador espanhol, no dia seguinte ao despedimento, por parte do grupo privado SOICO, do chefe da informação, Jeremias Langa, de visita às instalações do mesmo grupo, elogia Moçambique como um país em que domina o pluralismo e a liberdade de informação, ficou claro que a luta pelo retorno duma democracia mais efectiva e menos autoritária tem que ser desempenhado apenas ao nível interno, sem contar com a contribuição dos supostos doadores e da comunidade internacional.

O episódio apenas referido representa o último de uma série que está abalando o mundo político e, de reflexo, a comunicação social em Moçambique. Esta aceleração começou com o Congresso de Pemba por parte da Frelimo, em Setembro, e desaguou numa mudança que já não diz respeito apenas ao partido no poder, mas sim a toda a sociedade moçambicana. Ela pode ser resumida com a seguinte expressão: passou-se duma concepção do poder "diluído" (ou seja, nas mãos das várias alas da Frelimo) a uma de poder "concentrado" (ou seja, nas mãos do actual Presidente da república, Armando Emílio Guebuza, e da restrita elite a ele fiel).

No Congresso de Pemba, Guebuza conseguiu afastar todos os seus supostos opositores internos, empurrando as organizações de massa controladas pela Frelimo do seu lado. Daquela que reune os jovens (OJM) aquela das mulheres (OMM) aos Antgos Combatentes. Personagens relevantes, tais como Luísa Diogo e Manuel Tomé, foram afastados do Comité Político do partido, assim como ministros de peso, a partir do antigo primeiro, Aires Alí, passando por muitos outros e, por último, pelo Ministro dos Transportes, Zucula, cairam estrondosamente e repentinamente, sem uma explicação política clara.  Ler mais

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