As igrejas moçambicanas estão preocupadas com o agudizar da tensão militar no centro do país e exigem dos dirigentes políticos, medidas mais sérias para acabar com o terror que já resultou na morte de dezenas de pessoas, entre militares e civis, apenas neste ano.
Falando nesta sexta-feira em Maputo, na sequência dos confrontos de ontem, que resultaram na morte de pelo menos duas pessoas em Gorongosa, Dom Dinis Sengulane, bispo da Igreja Anglicana classificou de intolerável o ambiente vivido no país.
"A situação que se vive hoje é totalmente inaceitável, intolerável e desnecessária e tentar ficar onde nós estamos é muito mau" disse o bispo.
Dinís Sengulane, que tem sido um dos membros do grupo de contactos entre o governo e a Renamo disse basta ao derramamento de sangue e exige que os dois líderes avancem para um diálogo mais sério, para acabar com a instabilidade vivida.
"Neste momento muitos moçambicanos não estão a dormir e não estão a fazer a sua vida normal. Estão todos negativamente afectados pela presente situação e não há razão para tal, uma vez que os dois líderes podem se encontrar e dialogar" realçou Sengulane.
Enquanto a sociedade civil se desdobra em apelos ao diálogo, quer o governo, quer a Renamo, dizem estar abertos a dialogar, mas em 23 rondas de conversações entre delegações de parte-a-parte, o diálogo revela ser apenas uma retórica.
Apesar dos sucessivos confrontos militares que tem acontecido, o líder da Renamo continua a dizer que Moçambique não está em guerra e tal como Armando Guebuza, também voltou ontem a manifestar abertura para um frente-a-frente, ao mais alto nível, para discutir a crise.
"Não há guerra em Moçambique, eu quero tranquilizar os moçambicanos".
"Eu tenho escutado a rádio e a televisão, que a solução está nas mãos de Guebuza e Dhakama. Dhlakama sou eu e eu não tenho problemas" frisou o líder da Renamo.
Quase no final desta tarde em Maputo, o porta-voz nacional da Renamo, Fernando Mazanga, dava a conhecer, através de mensagens telefónicas, a ocorrência de um ataque das Forças Armadas de Defesa de Moçambique, que alegadamente estava em curso conta posições do seu partido em Gorongosa. Esta informação ainda não foi confirmada.
Fonte: Voz de América - 18.10.2013
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