O Movimento para a Mudança para a Mudança Democrática (MDC) do Zimbabwe denuncia que cerca de cem cidadãos moçambicanos foram coagidos a recensear-se como eleitores no país, a troco de fertilizantes e outros insumos agrículas.
A denuncia, feita por Mwonzora Douglas, jurista do MDC para a região de Nyanga Norte, refere que o suposto recenseamento, realizado por membros da ZANU (FP) no poder, registou-se em Nyakomva e Nyamaropa.
“Estamos a compilar um relatório detalhado que iremos submeter ao Comité de Implementação (JOMIC) e ao Gabinete de Recenseamento Eleitoral, antes de levarmos a questão para o Tribunal Supremo”, disse Mwonzora Douglas.
O funcionário do MDC refere ainda que foi pedida na semana passada, uma investigação por parte do Comité de Implementação (JOMIC), da existência de alegada compra de votos e de planos de uma fraude eleitoral que estariam a ser preparados em Nyanga pela ZANU (FP).
Para conter eventual fraude eleitoral e garantir o futuro do Acordo Político Global que formou o governo de Unidade Nacional no Zimbabwe, o MDC apela para a necessidade de reformas eleitorais “que ZANU (FP) continua a resistir”.
No início de sembro, presidente Robert Mugabe, anunciou que haverá eleições em Março de 2012 e acusou seus rivais de paralisar o processo de criação de uma nova Constituição para prolongar um frágil governo de coligação.
"Não podemos passar de março do próximo ano. Eu vou definitivamente anunciar essa data (das eleições). Não importa o que vão dizer", afirmou Mugabe num encontro do partido ZANU-PF, citado pelo jornal oficial Herald.
"Assim que eu anunciar a data, todos cumprirão", afirmou Mugabe, que até pouco tempo atrás pressionava para que as eleições ocorressem neste ano.
O pleito estava previsto para 2013, mas Mugabe diz que o governo de coligação ao qual está submetido há dois anos, ao lado de seu principal rival, o primeiro-ministro Morgan Tsvangirai, já passou do tempo.
Especialistas dizem que os partidários de Mugabe querem uma eleição antecipada, temendo que o líder possa não conseguir lidar com as exigências de uma campanha daqui a dois anos, quando ele terá 89 anos de idade.
Tsvangirai, por sua vez, queria, inicialmente, eleições antecipadas, mas o seu partido, o MDC (Movimento da Mudança Democrática), diz que não participará de qualquer votação sem que haja uma nova Constituição e reformas eleitorais e de segurança.
Fonte: Rádio Mocambique - 30.09.2011
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