Eis o que se escreve sobre um relatório da UNICEF:
A denúncia é da Unicef em Moçambique. O ritual consiste em tirar uma menina da sua família e da escola quando tem a primeira menstruação, às vezes até antes, encerrá-la numa casa e ensinar-lhe práticas sexuais durante duas ou três semanas para que mais tarde não sejam rejeitadas pelos maridos, escreve o jornal El Mundo.
Os ensinamentos são-lhes dados pelas chamadas ‘madrinhas’, que perseguem um legado cultural do qual elas próprias foram vítimas. «Ensinam-lhes como se alarga os lábios vaginais, que devem ser grandes para dar mais prazer, a manipular os órgãos genitais masculinos e uma técnica de dilatação vaginal», lê-se no relatório da Unicef.
«Encerram-nas numa casa e fazem-lhes de tudo. Estamos a lutar para acabar com essa prática horrível», disse Marie-Consolée Mukangendo, da Unicef em Moçambique.
A prática é comum nas zonas rurais do país e consiste em preparar as meninas para convertê-las em «mulheres», ou seja, ensiná-las a satisfazer sexualmente os futuros maridos. As idades das crianças vão desde os 9 aos 13 anos, escreve o El Mundo.
«É um tema tabu e é muito difícil obter informação, sobre o qual há poucos estudos», reconhece o Governo moçambicano ao El Mundo.
«Os rituais de iniciação sexual são algo secretos e perpetuam-se sob a ideia de que a mulher é inferior ao homem», lê-se num relatório da ONU.
Na prática, uma menina nascida especialmente nas zonas da Zambézia e Nampula sabe que vai acabar a aprender o temido ‘puxa puxa’, que se trata do seu valor futuro, uma espécie de preço.
Fonte: Rádio Moçambique - 02.06.2011
Reflectindo: Está em causa a educação sexual praticada nos ritos de iniciação que são parte da nossa cultura?
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