Dos 500 milhões aprovados para cinco anos Moçambique gastou apenas pouco mais de 93 milhões
Moçambique está atrasado na utilização de 500 milhões de dólares aprovados pela Corporação do Desafio do Milénio para projectos de desenvolvimento no país.
Contudo um responsável dessa organização americana disse que tudo indica que o governo moçambicano está a acelerar os projectos que possam beneficiar daqueles fundos antes de expirar o prazo para a sua utilização.
A Corporação do Desafio do Milénio aprovou em 2007 pouco mais de 500 milhões de dólares para projectos em Moçambique. A conta entrou em funcionamento em Setembro de 2008 e Moçambique utilizou até agora cerca de 18 por cento dessa quantia.
A Corporação para o desafio do Milénio aprova e administra grandes quantias de fundos para projectos concretos de desenvolvimento que são elaborados pelos próprios países e depois aprovados pela corporação com o nome de “compactos”.
Os fundos aprovados têm que ser usados num período máximo de cinco anos após a entrada em funcionamento da conta e no caso de Moçambique têm surgido preocupações devido ao facto de terem sido utilizados até agora apenas 93 milhões e meio de dólares dessa quantia.
Andrew Mayock vice-presidente de operações daquela entidade disse que há duas razões para esse atraso. Uma razão, disse ele, é que há um atraso natural no investimento em infra-estruturas.
“ Leva algum tempo a efectuar os projectos, a efectuar concursos e depois efectuar o trabalho de construção das estradas, dos sistemas de água que estão a ser construídos em Moçambique,” disse ele afirmando que tendo em conta esses atrasos os gastos “tendem portanto a aparecer no final do prazo”.
Acrescentou Mayock que a outra razão para os poucos gastos dos fundos registados até agora “é que Moçambique se tem estado a atrasar um pouco”.
“Reunimo-nos com o presidente Guebuza e a representação da conta do desafio do milénio em Moçambique estabeleceu um plano de acção para acelerar esses investimentos,” disse ele.
“Moçambique vai investir outros 300 milhões de dólares até ao fim deste ano e Isso vai lhes dar dois anos para completarem o programa. Esta portanto a voltar aos prazos estabelecidos,” acrescentou.
Mayeck disse que tudo indica que Moçambique poderá completar o investimento total da quantia aprovada.
Este representante da Corporação do desafio do Milénio disse que uma das razões porque os projectos aprovados forçam as autoridades dos países beneficiados a lidarem com seriedade e celeridade com os fundos é que há um prazo limite para o seu uso caso contrario perdem esse dinheiro.
Mayeck disse ainda que o dinheiro já aprovado para Moçambique não será afectado por possíveis cortes no orçamento externo americano porque esse dinheiro já foi anteriormente aprovado.
Moçambique tem agora é que investi-lo em projectos aprovados pela Corporação do Desafio do Milénio. Caso contrário fica sem ele. É uma perspectiva que agradaria a muitos mas que no caso de Moçambique parece não ter provocado até agora qualquer sentido de urgência.
Fonte: Voz da América - 02.06.2011
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