O primeiro-ministro, Aires Ali, disse ontem, em Nampula, que o país está estável e não há pertinência para a introdução da cesta básica.
De igual forma, Ali não se referiu a nenhum preparativo para acolher a cesta básica, tendo dito que o Governo está a gerir a situação em função da evolução dos preços no mercado internacional.
“Nós vamos analisar a realidade em função da situação. Se o preço do combustível disparar amanhã, vamos tomar outras medidas. Nunca dissemos que a introdução da cesta básica era um dado certo”, disse Ali.
Importa referir que o Governo apresentou uma proposta de orçamento rectificativo, onde a cesta básica tem uma dotação de 335,6 milhões de meticais.
Entretanto, as declarações de Aires Ali entram em profunda contradição com o discurso apresentado no Parlamento em Abril, pelo ministro da Indústria e Comércio, Armando Inroga, quando foi apresentar a informação sobre a cesta básica. Para melhor entendimento, citamos o discurso do ministro Inroga:
“O mecanismo do subsídio que pretendemos que entre em vigor a partir do mês de Junho de 2011, vigorará nas cidades de Pemba, Lichinga, Nampula, Quelimane, Tete, Chimoio, Beira, Xai-Xai, Matola”, referiu o ministro.
Por outro lado, disse Ali que “o Governo está preparado para gerir a situação em função da evolução dos preços no mercado internacional. Se os preços dispararem até ao ponto de exigirem que se introduza a cesta básica, vamos introduzir e vamos anunciar. Neste momento, o país está estável! Não há razão para alarme”, disse Aires Ali.
Documento confidencial revela contradições
“O País” está na posse de um documento confidencial datado de 7 de Junho de 2011, elaborado por uma equipa técnica do Conselho de Ministros, onde se justifica a necessidade do adiamento da cesta básica “para permitir uma reflexão mais aprofundada sobre os seus custos, abrangência e impacto”. Mais ainda, o documento diz que a ser introduzida, a mesma sairia mais cara que o actual sistema de subsídios generalizados, nomeadamente, no pão, arroz de terceira, peixe de segunda e na farinha de trigo.
“O actual subsídio generalizado tem um valor inferior (438 milhões de meticais) ao subsídio à cesta básica (538 milhões de meticais) para seis meses, bem como para 12 meses, 743 e 946 milhões de meticais, respectivamente”.
“Quanto ao subsídio à cesta básica, os custos administrativos (registo dos beneficiários e despesas administrativas) totalizam 202 milhões de meticais, no período de Julho a Dezembro de 2011. No período de Julho de 2011 a Junho de 2012, estes custos totalizam 219 milhões de meticais”. Ou seja, o recenseamento iria consumir mais de metade do valor inscrito no Orçamento Rectificativo como sendo para a cesta básica!
Curiosamente, o ministro Inroga disse, recentemente, que os preparativos para a introdução da cesta básica já estavam num nível de efectividade de 85 por cento, incluindo o recenseamento dos benefeciários.
Fonte: O País online -16.06.2011
3 comentários:
O que esperar desde governo de mafiosos?? Estava mais do que obvio que, depois do anuncio da cesta basica, iniciou uma autentica "fuga para frente" para se livrar dela!! E' momento de responsabilizar estes pseudo-governantes!!
Jonathan, eu também concordo contigo que os pseudo-governantes têm que ser responsabilizado por toda esta atitude. Um governo responsável não é capaz de prometer coisa igual, promover até debate no parlamento, condenando os que duvidavam e os seus partidários chamando-os de anti-patriotas, para mostrar esta irresponsabilidade.
E só para questionar, que salário tiveste para investigares e escreveres o artigo A Verdade Sobre a Cesta Básica? Quanto salário e benesses receberam os que andaram a burlar o pobrezinho mocambicano, fazendo-o esperar da cesta básica?
Não é isto uma BATOTA?
Sabe, Reflectindo!!
Uma coisa que falta muito neste pais, e' a cultura de procurar aprender o que os outros ja fazem ha anos e ajustar essas experiencias a nossa realidade!! Quando o Governo da Frelimo "colhe experiencias" noutros paises a ideia e' apenas "manter-se no poder", como recentemente anunciou acerca da "revisao da constituicao"!! Nunca e' algo para "desenvolver Mocambique"!!
Quando ouvi o anuncio sobre a "cesta basica", o que me veio a cabeca e' que "esses governantes devem estar doidos ou aflitos"!! Estes sao programas complexos e onerosos e a sua introducao deve estar tambem associada a politicas massivas de emprego, com o grosso da populacao formalmente empregada!! E, Mocambique sera' esse pais!!?? Certamente que nao!!
Depois de ver que o governo se via com "uma batata quente nas maos", depois do anuncio feito de boca cheia e ia tentando se livrar da "cesta basica", decidi fazer uma pequena pesquisa para perceber como os outros paises gerem estes programas!!
E, nao podia ser em melhor altura, com estes pronunciamentos esclarecedores do sr. primeiro-ministro!! Agora, o governo deve saber que este tipo de assuntos nao se encerram por ai!! Ha responsabilidades e consequencias!!
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