… e a fraude resultou
Membros da CNE e dezenas de assistentes estão concentrados a reconsiderar centenas de milhar de boletins de voto em poucos dias. Mas isto não significa que estão à procura de fraude e que não têm nenhuma maneira de lidar com isso mesmo que a descubram. Só respondem a uma pergunta: se o voto é válido ou não. Eles não estão direccionados nem treinados para procurar por grupos de boletins obviamente inapropriados, nem para lhes dar seguimento.
O primeiro problema é que os nulos chegam em sacos de plástico que identificam a mesa de voto, mas há pessoas que abrem os sacos e arrumam os nulos em grandes pilhas, despejando os sacos no chão. Não há nenhuma maneira de ver donde veio um determinado monte de boletins de voto.
Os boletins do Alto Molócuè eram suficientemente evidentes para ter sido possível identificar a impressão digital e se a mesa fosse identificada só era preciso pedir algumas impressões digitais - 7 membros das mesas, 2 delegados de partido e alguns jornalistas e observadores que tivessem estado presentes. – para saber quem tinha cometido o crime. Mas fora do seu saco, não há maneira de identificar a mesa de voto. O mesmo se passa com os 175 votos extra.
Assim, os membros corruptos da mesa de voto podem ter a certeza de que a localização dos seus actos nunca será seguida e eles não podem ser identificados. Por outras palavras, a fraude funciona.
Fonte: Boletim sobre o processo político em Moçambique, Número 33, 6 de Novembro de 2009
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