As delegações do governo e da Renamo, maior partido da oposição, chegaram ao consenso quanto ao período de permanência em moçambique dos observadores internacionais que irão trabalhar com vista a garantir a cessação das hostilidades no centro do país.
Reunidos hoje em Maputo, em mais uma ronda do diálogo político, o governo e a Renamo fixaram o período de 135 dias, prorrogáveis, para a estadia dos observadores internacionais no país.
Porém, as delegações não encerraram a discussão referente aos termos de referência sobre a participação dos observadores internacionais, visto que a Renamo entende que a função deste grupo será também de verificar e acompanhar a implementação das decisões que forem tomadas em relação as Forças de Defesa e Segurança.
As partes decidiram, entretanto, que 10 dias após o encerrarem a discussão sobre os termos de referência, os observadores poderão estar em Moçambique.
A missão de observadores, que será lidera por Botswana, é composta pelo Zimbabwe, a África do Sul, Cabo-Verde, Quénia, Itália, Portugal, Grã-Bretanha e Estados Unidos de América. Este grupo será composto por 70 observadores nacionais e 23 internacionais.
O deputado e chefe da delegação da Renamo, Saimone Macuiane, disse acreditar que dentro dos dias afixados será resolvida a questão de cessação das hostilidades.
Achamos que é um período que podermos resolver o problema, mas não se chegou a um acordo em relação a função e suas tarefas, porque, no nosso entendimento, os observadores, para além de supervisionar e observar o cessar-fogo também têm a função de verificar e acompanhar a implementação das decisões que formos a tomar em relação ao ponto da agenda que tem a ver com as forças de defesa e segurança, afirmou.
Para Macuiane, se as duas partes tivessem terminado o assunto relacionado com a função dos observadores, hoje daríamos por encerrado os pontos que tem a ver com os teremos de referência e passaríamos, próxima semana, a discutir as garantias do cessar-fogo, ou seja, as garantias da cessação dos ataques militares.
Macuiana reagiu também as acusações segundo as quais a Renamo discorda em se desarmar, afirmando que agora se está a resolver a questão relacionada com o cessar-fogo e não como desarmamento.
Estamos a resolver uma questão prévia que tem a ver com o cessar-fogo e isso não anula a discussão do ponto dois da agenda que é sobre a defesa e segurança.
Por seu turno, o chefe da delegação do governo e ministro da agricultura, José Pacheco, lamentou o facto de a Renamo opor-se a ideia do desarmamento.
O desafio agora é de que os nossos colegas resistam a desmilitarização e a reinserção social. A Renamo parece que quer, e nós também queremos que haja cessação das hostilidades. Mas também nós queremos que haja desarmamento e reinserção dos seus homens. Os moçambicanos querem uma paz duradoira, mas isso passa por um partido não deter forças militarizadas e que eles possam, realmente, desarmar, afirmou Pacheco.
Fonte: AIM - 04.04.2014
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