O réu Nelson Gentino Benhane, em julgamento desde ontem acusado nos crimes de rapto e assassinato de dois menores no bairro de Macurungo, na cidade da Beira, confessou ao Tribunal Judicial de Sofala o seu envolvimento nos crimes, sublinhando que o fez com o objectivo de matar as vítimas e não de obter algum ganho pecuniário.
Nelson Benhane, que disse ao tribunal que estava perturbado quando cometeu os crimes, sequestrou e assassinou os menores Augusto Luís Julai e Oseias Arão dos Santos, de 8 e 10 anos de idade, respectivamente, tendo de seguida enterrado os corpos no interior de uma casa.
Na fase de instrução do processo o réu terá afirmado que raptou as crianças com o intuito de pedir resgate de 100 mil meticais. Para urdir o plano ele disse ter contado com a participação de Juvêncio Guambe e Ricardo Gemuce, ambos soltos pelo juiz de instrução alegadamente por insuficiência de provas.
Já no processo de produção de prova, que iniciou ontem na 6ª Secção Criminal daquele tribunal, o réu disse que não tinha qualquer intenção de pedir resgate e que teria urdido e agido sozinho naquele acto que culminou com o assassinato a sangue frio dos menores.
“Eu andava perturbado e só pensava em matar alguém, mesmo que para tal não houvesse um motivo aparente”, disse, enquanto estremecia o corpo todo por alegadamente estar a padecer de malária.
Questionado sobre o motivo que o levou a mencionar os réus ora soltos pelo tribunal este referiu que foi uma saída rápida que teve para se afastar da pressão familiar.
“Eles são inocentes. Tudo isto começou quando a família das vítimas veio ao meu encontro no meu esconderijo e porque na ocasião não tinha como lhes dizer que as crianças tinham morrido a única saída foi de lhes ter despistado afirmando que as mesmas estavam com Juvêncio e Ricardo, o que não era verdade”, contou.
O Ministério Público acusou o réu da prática de vários crimes, nomeadamente dois crimes de homicídio qualificado, dois crimes de descaminho de menores, sonegação e ocultação de corpos, uso de armas proibidas, premeditação e crueldade.
A mãe da vítima Oseias Arão dos Santos, Alda dos Santos, recusou-se a prestar declarações ao tribunal, alegando que não queria estar frente-a-frente com a pessoa que assassinou o seu filho. Refira-se que no momento em que o juiz da causa lia a declaração de pronúncia e que descrevia as circunstâncias que rodearam o assassínio houve momentos de comoção na sala de audiências.
No entanto, antes da audição do réu Nelson Benhane e de vários declarantes o juiz da causa, João Guilherme Mchuembo, foi explicando os presentes os contornos do caso, que chocou a sociedade moçambicana.
Neste exercício, que durou aproximadamente uma hora e meia, o juiz afirmou que era bom que o público em geral conhecesse este processo, começando por explicar as causas que levaram a não condução dos réus Juvêncio Guambe e Ricardo Gemuce ao julgamento, e o recurso interposto pelo Ministério Público e ainda pela decisão do Tribunal Superior de Recurso que deu razão ao tribunal da primeira instância.
O julgamento foi interrompido, devendo iniciar no próximo dia 28 do corrente mês.
Fonte: Jornal Notícias – 23.04.2014
1 comentário:
Cadeia é pouco parece esse senhor. ele é diabo em forma humano desejo todo o mal para quem comete esse tipo de crime com criança porque sao inocente.
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