Está instalada a crise na Cruz Vermelha de Moçambique (CVM), a maior organização de assistência e apoio humanitário no país. Trabalhadores, Secretariado Executivo e Conselho Directivo estão de costas voltadas por causa de uma alegada gestão ruinosa, que deixou a instituição com avultadas dívidas e, praticamente, numa situação de falência.
No centro da confusão está Américo Ubisse, secretário-geral (SG) da organização, que é acusado, pelos trabalhadores e parte dos membros do conselho nacional, e defendido por outra.
Os trabalhadores acusam Ubisse de gestão ruinosa e desvio de fundos da instituição.
Segundo uma carta assinada por uma comissão de trabalhadores, as dívidas da instituição ascendem aos 11 milhões de meticais, que incluem pagamento de serviços, credores e salários aos colaboradores, que, neste caso, não recebem os ordenados desde meados do ano passado.
Ao ver a situação da organização degradar-se, os trabalhadores, em colaboração com um grupo de vogais do conselho executivo nacional, liderados por José Fernandes Júnior, decidiram destituir o SG e criar uma comissão para a gestão da CVM.
Em reacção a este facto, uma outra facção do conselho nacional reuniu-se a 26 de Março e decidiu restituir Ubisse ao cargo.
Segundo Isac Baloi, 2o vice-presidente do conselho nacional da CVM, o afastamento de Ubisse foi ilegal e acusa alguns trabalhadores da organização de promoverem agitação, a mando de interesses ocultos, incluindo de alguns doadores. Baloi acusa ainda colaboradores afectos aos departamentos de administração e finanças de sabotagem e conspiração contra o SG.
Neste momento, decorre uma auditoria financeira às contas CVM, encomendada pelo Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV), por causa de 900 mil dólares malparados.
Os parceiros financeiros da CVM suspenderam os financiamentos desde o ano passado e condicionam novos refinanciamentos ao esclarecimento do paradeiro do valor em causa.
Fonte: O País online - 23.04.2014
Sem comentários:
Enviar um comentário