Moçambique vai ter de negociar com a África do Sul o aumento da quota na energia eléctrica produzida em Cahora Bassa antes de 2029, termo do prazo do contracto de fornecimento actualmente em vigor, disse o presidente da estatal Electricidade de Moçambique (EdM).
Em entrevista à STV, uma estação de televisão privada moçambicana, Augusto Fernando disse ainda que a empresa a que preside já está a operar no limite da capacidade de fornecimento de energia, tendo mesmo de recorrer à África do Sul para abastecer o mercado interno.
“O problema é que o contracto comercial em vigor relativo à venda da energia eléctrica produzida na barragem de Cahora Bassa impõe que a maior parte da produção seja vendida à Eskom, a eléctrica da África do Sul, pouco sobrando para Moçambique”, precisou o presidente da EdM.
Falando ainda do relacionamento com a África do Sul, o presidente da estatal moçambicana salientou a importância da construção da central abastecida a gás natural de Ressano Garcia, “actualmente em fase de conclusão”, que vai injectar na rede 150 megawatts de energia eléctrica e reduzir a dependência da África do Sul.
“As duas linhas que transportam energia eléctrica da África do Sul estão no limite da sua capacidade, pelo que em caso de haver um problema nestas linhas bem como na da Motraco, que abastece de energia a fundição de alumínio Mozal, toda a zona sul de Moçambique arrisca-se a ter restrições no abastecimento”, disse Augusto Fernando.
Falando especificamente de Moçambique, Augusto Fernando salientou faltarem ligar à rede eléctrica nacional apenas 8 dos 128 distritos, “o que deverá acontecer este ano”, aumentando ainda mais o número de clientes que no ano passado eram de 1,26 milhões, contra 220 mil em 2005, por exemplo.
Fonte: macauhub/MZ - 25.04.2014
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