O governo do Malawi revelou esta Sexta-feira que em
princípio rejeita a presença do líder sudanês, Omar-al-Bashir, na Cimeira da
União Africana a realizar-se em Julho próximo em Lilongwe.
Falando em conferência de imprensa,
a Presidente Joyce Banda justificou que seria um grande risco para a
economia malawiana a presença de Omar-al-Bashir em Lilongwe, para além de
representar um desafio ao Tribunal Penal Internacional e aos parceiros
externos.
Omar-al-Bashir é procurado pela
justiça internacional para ser julgado pelos alegados crimes de
guerra e de genocídio cometidos na região sudanesa de Darfur e, durante a
cimeira da Comesa realizada o ano passado em Lilongwe, o governo do
falecido presidente Bingu wa Mutharika, desafiando as instâncias
internacionais, resolveu receber o líder sudanês, um desafio que a Presidente
Joyce Banda não pretende repetir.
A “aventura” do falecido Mutharika
valeu ao Malawi a suspensão de um compacto de trezentos e cinquenta
milhões de doláres concedidos pelos Estados Unidos da América
através do Millennium Challenge Corporation.
Na altura, as autoridades malawianas
alegaram que o Tribunal Penal Internacional está a ser utilizado pelo Ocidente
como um instrumento político e não de justiça.
A Presidente Joyce Banda lembrou que
a presença de Omar-al-Bashir em Lilongwe é uma questão sensível, tendo em conta
que o Malawi é signatário do Estatuto de Roma que criou o Tribunal Penal
Internacional, e que acusa o líder sudanês de genocídio em Darfur.
Banda disse ainda que o Malawi
atravessa uma grave crise económica e sublinhou que não seria
prudente aceitar a vinda de Omar-al-Bashir porque isso significa assumir
um risco potencial, e uma afronta aos doadores internacionais.
A Presidente malawiana tornou
claro que não estava a ser a radical, e deixou uma ténue
esperança ao afirmar que a decisão final sobre a participação ou não
de Omar el-Bashir na cimeira da União Africana será tomada depois
de uma consulta mais alargada com outros chefes de estado e de governo
africanos. (Faustino Igreja)
Fonte: Rádio Moçambique – 05.05.2012
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