sábado, maio 05, 2012

Joyce Banda diz “Não” à presença de do PR do Sudão na Cimeira da UA


O governo do Malawi revelou esta Sexta-feira que em princípio rejeita a presença do líder sudanês, Omar-al-Bashir, na Cimeira da União Africana a realizar-se em Julho próximo em Lilongwe.
Falando em conferência de imprensa, a Presidente Joyce Banda justificou que seria um grande risco para a economia malawiana a presença  de Omar-al-Bashir em Lilongwe, para além de representar um desafio ao  Tribunal Penal Internacional e aos parceiros externos.
Omar-al-Bashir é procurado pela justiça internacional para ser julgado pelos alegados crimes de guerra e de genocídio cometidos na região sudanesa de Darfur e, durante a cimeira da Comesa realizada o ano passado em Lilongwe, o governo do falecido presidente Bingu wa Mutharika, desafiando as instâncias internacionais, resolveu receber o líder sudanês, um desafio que a Presidente Joyce Banda não pretende repetir.

A “aventura” do falecido Mutharika valeu ao Malawi a suspensão de um compacto de trezentos e cinquenta milhões de doláres concedidos pelos Estados Unidos da América através do Millennium Challenge Corporation.
Na altura, as autoridades malawianas alegaram que o Tribunal Penal Internacional está a ser utilizado pelo Ocidente como um instrumento político e não de justiça.
A Presidente Joyce Banda lembrou que a presença de Omar-al-Bashir em Lilongwe é uma questão sensível, tendo em conta que o Malawi é signatário do Estatuto de Roma que criou o Tribunal Penal Internacional, e que acusa o líder  sudanês de genocídio em Darfur.
Banda disse ainda que o Malawi atravessa uma grave crise económica e sublinhou que não seria prudente aceitar a vinda de Omar-al-Bashir porque isso significa assumir um risco potencial, e uma afronta aos doadores internacionais.
A Presidente malawiana  tornou claro que não estava a ser a radical,  e deixou uma ténue esperança ao afirmar que a decisão final sobre a participação ou não de  Omar el-Bashir  na cimeira da União Africana será tomada depois de uma consulta mais alargada com outros chefes de estado e de governo africanos. (Faustino Igreja)
Fonte: Rádio Moçambique – 05.05.2012

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