Líderes da oposição local dizem que ataque de 8 de Março demonstra até que ponto o governo estimula o ambiente de guerra.
Em Moçambique, organizações da sociedade civil e partidos políticos da província de Nampula consideram que o gesto da direcção da Força de Intervenção Rápida de galardoar com prémios os agentes que intervieram no confronto com os ex-guerilheiros da Renamo no passado dia 8 de Março demonstra até que ponto o governo moçambicano estimula o ambiente de guerra.
O delegado provincial da Associação Moçambicana para o Desenvolvimento e Democracia em Nampula, António Muririua classificou o acto vivido no fim-de-semana no quartel da sexta sub-unidade da FIR como sendo uma acção visando reduzir o descontentamento generalizado que se instalou após a morte de um dos seus comandantes que dirigiu a operação de 8 de Março.Muririua diz que "se a direcção da FIR não organizasse a confraternização do sábado, um dia os agentes corriam o risco de se revoltar contra as suas chefias e até mesmo desobedecer em plena operação ".
Heriques Lopes , o secretário-geral do Partido Humanitário de Moçambique começou por condenar aquilo que chamou de desumano, uma vez que para ele e o seu partido galardoar um agente da FIR pela sua participação nos actos bárbaros de 8 de Março vem por outro lado confirmar que foi a policia e não os ex-guerilheiros quem planeou o confronto que deixou os nampuleses assustados por vários dias.
Recordamos que depois dos confrontos de 8 de Março, o porta-voz da polícia disse que a sua corporação agiu em defesa acusando os ex-guerilheiros de terem aberto fogo primeiro.
Por outro lado, o secretário-geral do PAHUMO diz que o ambiente que está a ser vivido pelos moradores da Rua dos Sem Medo depois dos ataques da FIR não é de paz sendo sim um ambiente desolador.
Disse ainda que não se justifica que ainda a polícia continue a manter uma força bem forte na delegação da Renamo na cidade de Nampula.
Fonte: Voz da América - 22.05.2012
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