Um estudo efectuado, recentemente, concluiu que o nível de ausências de professores em plena semana de trabalho é elevado e as aulas não são planificadas, principalmente, nas zonas rurais.
Os directores das escolas públicas na província de Sofala não acompanham a gestão pedagógica e administrativa das suas instituições, dando espaço para que os professores simples se comportem da forma como entendem, indicou o director provincial de Educação em Sofala, José Mbiza.
O dirigente acrescenta que esta situação põe em causa o aproveitamento pedagógico. Aliás, um estudo efectuado, recentemente, por técnicos deste sector concluiu que o nível de ausências de professores em plena semana de trabalho é elevado e as aulas não são planificadas, principalmente, nas zonas rurais. “De facto, há uma letargia quase generalizada das direcções ficarem alheias ao processo de ensino-aprendizagem. Sei que há momentos em que certos professores ficam debaixo das árvores, em pleno tempo de aulas, saboreando uma cerveja, e o mais caricato é que, às vezes, bebem com os seus próprios alunos. É um desafio muito grande. Infelizmente, aqueles que são vistos como os primeiros inspectores das escolas não estão a tomar conta do recado, pondo em causa o projecto da melhoria de qualidade de ensino”, referiu o director provincial de Educação em Sofala.
Mbiza, que falava à margem do VII Conselho Coordenador do seu sector, que decorre em Inhaminga, apontou como solução imediata a apresentação de projectos individuais de cada director de escola, consoante a especificidade de cada instituição de ensino. “Pensamos que, para além de actividades rotineiras que as direcções das escolas possuem, há uma necessidade urgente de cada director da escola elaborar um projecto de sustentabilidade, em que ele se compromete com a comunidade escolar e o conselho da escola naquilo que ele quer fazer em função das especificidades da escolas em várias áreas. É um desafio muito grande, tendo em conta alguns níveis académicos de certos directores de escolas, o que implica antes uma capacitação dos directores”.
Pretende-se assim, segundo José Mbiza, encontrar formas de responsabilizar os directores das escolas caso as metas planificadas como, por exemplo, a nível pedagógico, não sejam alcançadas. Os directores das escolas e professores, assim como outros funcionários de uma determinada instituição de ensino, devem sentir que a escola lhes pertence, isto no sentido positivo. Isto faz parte da descentralização”.
Fonte: O País online - 07.10.2011
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