Três mulheres vão dividir o Prêmio Nobel da Paz deste ano, anunciado nesta sexta-feira em Oslo - a presidente da Libéria, Ellen Johnson-Sirleaf, a activista Leymah Gbowee, também liberiana, e a jornalista e activista iemenita Tawakkul Karman.
Johnson-Sirleaf e Gbowee foram escolhidas pela actuação para mobilizar as mulheres liberaianas contra a guerra civil no país, enquanto Karman foi premiada pela sua luta pelos direitos das mulheres e pela democracia no Iêmen.
Escolha deste ano deve ser vista como um forte sinal do comitê do Nóbel a favor da luta pela igualdade de direitos entre os gêneros, especialmente no mundo em desenvolvimento.
As escolhas do Nobel da Paz dos últimos anos foram cercadas de polêmica. No ano passado, o escolhido foi o activista chinês Liu Xiaobo, que cumpre uma pena de 11 anos em prisão domiciliar na China por organizar um manifesto pró-democracia. O governo chinês protestou contra a escolha, afirmando que Liu é um "criminoso que violou a lei chinesa".
Em 2009, o premiado foi o presidente americano, Barack Obama, que tinha menos de dez meses no cargo. Obama havia herdado do seu antecessor, o republicano George W. Bush, um país imerso em duas guerras, no Iraque e no Afeganistão, e não conseguiu até hoje cumprir a sua promessa de campanha de desactivar a prisão da base americana na baía de Guantánamo, em Cuba, onde teriam sido cometidos abusos aos direitos humanos dos presos, capturados durante a chamada "Guerra ao Terror".
Recorde de indicações
As vencedoras do prêmio - escolhido por um comitê formado por cinco membros - receberão uma medalha de ouro, um diploma e dividirão 10 milhões de coroas suecas numa cerimônia em Oslo no dia 10 de dezembro.
O Nóbel da Paz deste ano teve um número recorde de indicações, com 241 indivíduos ou instituições. Entre as especulações que circularam antes do anúncio do prêmio, estavam nomes relacionados aos levantamentos da chamada Primavera Árabe, como os activistas egípcios Esraa Abdel Fattah e Ahmed Maher, fundadores do movimento jovem 6 de abril, o executivo da Google Wael Ghonim, que ajudou a inspirar os protestos contra o governo na praça Tahrir, no Cairo, ou a blogueira tunisiana Lina Ben Mhenni, que relatou pela internet os acontecimentos no seu país.
Outros nomes de possíveis ganhadores citados antes do anúncio incluíam o dissidente cubano Oswaldo Payá, a TV árabe Al Jazeera e a União Europeia.
O Prêmio Nóbel da Paz é um dos cinco prêmios criados pelo industrial Alfred Nobel, inventor da dinamite. O Nóbel da Paz é o único deles cujo comitê de escolha fica baseado na Noruega. Os demais prêmios são entregues na Suécia.
Fonte: Rádio Mocambique - 07.10.2011
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