sábado, outubro 01, 2011

Casas da vila olímpica vão à venda ...

Cada apartamento vai custar 5.6 milhões de meticais

Escrito por Raul Senda

O Fundo de Fomento de Habitação (FFM) acaba, através do Ministério das Obras Públicas e Habitação (MOPH), de submeter uma proposta ao Governo indicando os critérios em que as casas da Vila Olímpica, no bairro de Zimpeto, deverão ser vendidas. A proposta será discutida pelo executivo em sessão do Conselho de Ministros nos próximos dias. O documento a que o SAVANA teve acesso, indica que cada um dos apartamentos deverá ser vendido ao valor de 5.6 milhões de meticais.

A Vila olímpica de Zimpeto é composta por 848 apartamentos com Infra-estruturas, distribuídas por 26,5 blocos. Os edifícios são de quatro pisos, com apartamentos de tipo três, numa área útil de 100 m2. O custo de construção de cada habitação é de 3,3 milhões de meticais. Segundo o documento do FFH, com a inclusão do custo das infra-estruturas passa para 4,2 milhões de meticais. Mas quando acrescidas as obrigações fiscais o valor de cada apartamento atinge os 5,62 milhões de meticais.
Na sua proposta, o FFH refere que por força do Decreto 65/2010 de 31 de Dezembro, a instituição viu-se obrigada a mobilizar financiamentos internos e externos para habitação e dessa forma tem de encontrar liquidez para garantir o seu funcionamento.
Nessa senda, o FFH, através do MOPH, propõe ao governo o aproveitamento e gestão do património imobiliário da Vila Olímpica.
Para tal, pede com extrema urgência a definição do destino daquele complexo a fim de se assegurar um encaixe financeiro imediato para desenvolver programas de habitação bem como fazer o aproveitamento do activo imobiliário. Dos 848 apartamentos que compõem a Vila Olímpica, FFH sugere o aproveitamento de 768 apartamentos por entender que o património imobiliário da Vila é um activo económico importante para dinamizar o desenvolvimento de projectos de habitação, aproveitando-o para diferentes opções de financiamento.

Preços

Do número acima mencionado, o FFH propõe ao governo a venda imediata e a pronto pagamento de 250 apartamentos a preços de mercado. Nas contas do FFH, cada apartamento de tipologia T3, deverá ser vendido a um preço único de 5,62 milhões de meticais.
Com a venda dos 250 apartamentos a pronto pagamento e ao preço de mercado, prevê-se gerar uma receita imediata na ordem de 1,4 mil milhões de meticais. Este valor poderá ser aplicado imediatamente para gerar projectos de habitação mediante a aplicação directa do valor ou através de empréstimo bancário.
Sugere que 518 apartamentos deverão ser vendidas a crédito de longo prazo com uma taxa de juro anual de 5% enquanto que os restantes 80 apartamentos serão destinados ao Ministério da Juventude e Desportos. No lote dos apartamentos a serem vendidos a crédito de longo prazo, cada um dos inquilinos deverá desembolsar mensalmente 23.436 meticais e anualmente cerca de 159.177.312,00. O crédito deverá ser amortecido num período de 25 anos. Durante este período, os imóveis estarão registados em nome de FFH.

Subsídios e selecção

Na sua proposta, o FFH refere que tendo em conta que o público alvo são funcionários e agentes de Estado e Jovens recém casados, o FFH propõe que o Governo subsidie o preço dos apartamentos em 38%. Contribuindo nessa cifra, o governo permitiria que o FFH colocasse as casas a esses grupos alvos a um preço mensal de 7.875,00 MT a serem pagos em 25 anos.
Contudo, mesmo com estes preços, não seria qualquer funcionário a ser elegível na medida em que um licenciado ou técnico com nível superior no aparelho de Estado não ganha para além de 15 mil meticais: este, pagando 7.875,00 meticais mês, ficaria somente com 7.125,00 meticais. Aliás, a lei só o permite pagar até 5 mil, que é um terço do seu salário.
No mesmo documento o FFH refere que são elegíveis à ocupação das casas da Vila jovens e funcionários ou agentes de estado de nacionalidade moçambicana com idades compreendidas entre 21 a 45 anos. Os candidatos devem possuir capacidade de endividamento, um agregado familiar não superior a cinco pessoas, não ter beneficiado de alienação de imóvel do Estado e não possuir outras dívidas (bancária) acima da sua capacidade de endividamento.
A fonte acrescenta que tendo em conta o volume dos apartamentos disponíveis para venda a crédito, os mesmos serão distribuídos por todos os Ministérios numa base de proporcionalidade em função do número de funcionários de cada ministério e o FFH será responsável por realizar a pré - selecção através de análise dos processos individuais de candidaturas. Os candidatos que reunirem as condições dos requisitos acima transitam para a fase do Sorteio Geral.
Assim, com vista a assegurar a transparência no processo da atribuição, o MOPH pretende privilegiar a selecção num processo de Sorteio Público através do Sistema do TOTOLOTO.

Fonte: Savana - 30.09.2011

5 comentários:

Heyden disse...

Sera interessante ver, posteriormente, quem serao os sorteados, alias od donos dos apartamentos olimpicos. Dali, veremos quanto ganham em salario mensal. Esta e uma materia que vale a pena perseguir daqui ate 25 anos, Reflectindo. Tenho em vista que as casas serao todas para Guebuza, Chissano,, Bashir, e a malandrada. Toda a ginastica para organizar os jogos africanos tenha esta finalidade irmao Reflectindo.

Reflectindo disse...

De facto, comecei por fazer esses cálculos.
Estamos aqui para acompanhar.

Anónimo disse...

Socorroooo! Ta tudo a ser uma grande fantochada, depois dos 7.875,00 Mt publicados nos órgãos de informação o FFH em parceria com o Banco Único impuseram um valor muito superior para a compra das casas da vila olímpica a longo prazo, agora a mensalidade é de 11.000,00 Mt... deste modo muitos que eram considerados elegíveis já não o serão uma vez que esse valor se refere a 50% do salário... Ajudem-nos divulgando porque está sendo tudo feito por debaixo do pano.

Anónimo disse...

ter um apartamento de luxo, todo mundo quer, maj pagar um valor alto mensalmente...yuuuu...no inicio até cobicei maj kando fiz os calculos deixei de desejar pois o valor é bem alto pa quem ganha pouco...Fady

Anónimo disse...

Ja xtamos a ver o tal bairro olimpico despovoado de moçambicanos. Este bairro deve ser a longo prazo para os chineses que vem ai aos magotes ns costruoes e lojas de quinquilharia. Mais 25 anos e os mulatinhos achinesados vao ser os futuros moradores...calixane