Maputo, 15 ago (Lusa) -- Os serviços de migração angolanas na África do Sul proibiram dois jornalistas moçambicanos de entrar em Angola, apesar destes possuírem vistos concedidos pela embaixada angolana em Maputo para participar numa formação jornalística em Luanda, capital do país.
O chefe de redação do semanário moçambicano Magazine Independente, Nelo Cossa, e a jornalista do matutino Notícias, Joana Macie, foram impedidos de entrar em Angola, sob alegação de que têm "problemas de Estado".
Em declarações hoje à Lusa, Nelo Cossa contou que as autoridades angolanas de migração "escorraçaram" os dois jornalistas que se deslocavam pela primeira vez à Angola para participar de um seminário organizado pelo Centro de Formação de Jornalistas (CEFOJOR) de Angola.
"Estamos chocados e traumatizados. Formos tratados como cães, criminosos. Fomos humilhados", disse Nelo Cossa, que viu as malas confiscadas.
Ambos jornalistas faziam parte de um grupo de cinco profissionais de comunicação social moçambicanos que estão na capital angolana para participar numa formação a convite do CEFOJOR.
Embora todos tivessem obtido vistos na embaixada angolana em Maputo, sob as mesmas condições, só dois jornalistas tiveram problemas com a migração em Luanda.
De acordo com Nelo Cossa, as autoridades angolanas não deram quaisquer explicações para a interdição, apesar da insistência junto a uma oficial de migração.
"Procurámos saber junto das autoridades angolanas, mas eles não disseram nada até que uma suposta funcionária da migração chegou e afirmou que estavam a tratar da concessão do visto", facto que não teve qualquer efeito, afirmou Nelo Cossa.
Várias tentativas junto da embaixada moçambicana em Luanda e no Ministério do Interior angolano no sentido de se desbloquear a situação acabaram em fracasso.
"Foi uma situação muito feia", resumiu Nelo Cossa que hoje apresentou uma contestação à embaixada de Angola na capital moçambicana.
Um jornalista moçambicano do MediaFax, que se encontra em Luanda, noticiou hoje o episódio, afirmando que "o Governo angolano começou a desdobrar-se em explicações, quando o caso foi divulgado pela Rádio Ecclésia, uma emissora ligada a Igreja Católica".
Até ao momento, o jornal Notícias, de Maputo, não fez referência ao assunto.
Fonte: Notícias Sapo - 15.08.2011
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