O ananás produzido no posto administrativo de Muxúnguè, distrito de Chibabava, em Sofala, continua sem mercado, facto agravado pela não concretização até ao momento do projecto de instalação de uma unidade de agroprocessamento, cujas obras deveriam ter arrancado há meses.
Recentemente foi noticiado que estavam disponíveis entre três e cinco milhões de dólares norte-americanos para a instalação no posto administrativo de Muxúnguè de uma indústria de processamento de ananás para a produção de sumos para o mercado interno, regional e europeu.
Basicamente, segundo os mentores do projecto, pretendia-se produzir sumo concentrado e empacotado, ananás seco e em lata, havendo já muitos países interessados em participar no investimento.
O director dos Serviços Distritais de Actividades Económicas (SDAE), Paz Martinho, disse ao jornal Notícias, sem entrar em detalhes, que o processo de instalação da referida fábrica ainda não foi concretizado, não tendo, contudo, explicado as razões.
“As obras de construção da referida unidade fabril ainda não iniciaram e isso está a trazer problemas aos produtores, pois tinham esperanças de encontrar um mercado seguro e viável para a colocação do seu produto’’, explicou a fonte.
A cultura de ananás está a ganhar maior projecção a nível daquele distrito, mas, de acordo com alguns produtores abordados pela nossa reportagem durante a recente visita do governador provincial, Carvalho Muária, àquele distrito, o mercado continua um bico-de-obra, socorrendo-se apenas de alguns revendedores ambulantes que, no entanto, não conseguem absorver as quantidades ali produzidas.
Fernando Mussarano e Zinessa João, dois dos agricultores visitados pelo governador de Sofala, apontaram que a falta de mercado está a afectar o seu desenvolvimento.
Mussarano, que possui 16 hectares com uma média de 10 mil plantas em cada um, lamentou a não efectivação do projecto da construção da fábrica, o que, segundo acrescentou, poderia ajudar em grande medida na absorção das quantidades de ananás que está a produzir.
Por seu turno, Zinassa João também destacou a falta de mercado seguro como um dos grandes constrangimentos para a cultura que produz, embora tenha ressalvado que tem conseguido vender aos que pouco e pouco têm conseguido chegar ao seu local de produção, particularmente vendedores ambulantes oriundos de vários pontos do distrito e não só.
Fonte: (Rádio Mocambique/Notícias) - 17.08.2011
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