"Estou ordenando que abram os depósitos de armas", disse Gaddafi. "Conclamo todos os líbios a aderirem a essa luta. Aqueles que tiverem medo podem dar suas armas às suas mães ou irmãs."
"Vamos lá, estou com vocês até o fim. Estou em Trípoli. Vamos vencer."
Os combates dentro de Trípoli, combinados com os avanços dos rebeldes em direção à periferia da cidade, parecem sinalizar que essa é a fase decisiva de um conflito que já dura seis meses e se transformou no mais sangrento da "Primavera Árabe", envolvendo a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
"As chances de uma saída segura para Gaddafi diminuem a cada hora", disse Ashour Shamis, um ativista da oposição da Líbia e editor baseado na Grã-Bretanha.
Mas a queda de Gaddafi, depois de 41 anos no poder, não é dada como certa. A capital é bem maior do que qualquer coisa que os combatentes anti-Gaddafi, em sua maioria amadores, com suas armas velhas e uniformes improvisados, tiveram que enfrentar.
Se o líder líbio for forçado a sair do poder, haverá dúvidas quanto à capacidade da oposição de restabelecer a estabilidade nesse país exportador de petróleo. O comando das forças rebeldes tem sido abalado por disputas e rivalidades.
Os rebeldes disseram depois de uma noite de intensos combates que controlavam um punhado de bairros na cidade.
O avanço dos rebeldes em direção à capital foi rápido e não houve nenhum sinal de grande resistência por parte das forças de segurança de Gaddafi. Nas últimas 48 horas, os rebeldes tinham avançado cerca de 30 km para Trípoli, reduzindo a distância entre eles e a capital pela metade.
"Os rebeldes podem ter chegado muito cedo a Trípoli e o resultado poderá ser muitos confrontos sangrentos", disse Oliver Miles, um ex-embaixador britânico na Líbia. "Pode ser que, na cidade, o regime não tenha caído tanto quanto eles acham que caiu."
Fonte: Reuters.br - 21.08.2011
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