Maputo - Um ano após a morte de Hélio, um menino de 11 anos baleado mortalmente durante as manifestações no dia 01 de Setembro de 2010, a família ainda tem esperança numa "ajuda" do Governo moçambicano.
"Não sei se o Governo vai ajudar a minha família, mas tenho esperança pois a Liga dos Direitos Humanos está a ajudar-nos. Em relação aos polícias, não quiseram ajudar, nem no próprio dia, muito menos no acto fúnebre", lamentou a mãe de Hélio, Rute Silvestre, de 30 anos.
Após a morte do menino, "a família foi à esquadra mas disseram que não dariam nenhuma assistência", disse à Lusa.
No dia 01 de Setembro de 2010, perante o anúncio de aumentos dos preços da água e electricidade, com incidência directa no preço do pão, moradores da periferia de Maputo paralisaram a cidade, erguendo barricadas, saqueando lojas e enfrentando a polícia.
Na sequência das manifestações, que duraram dois dias e terão causado pelo menos 10 mortos, entre eles Hélio, o Governo moçambicano anunciou o congelamento das tarifas da água, luz e produtos alimentares básicos.
Hélio Muianga frequentava a 6ª classe, gostava de estudar, ajudava a mãe nas limpezas da casa, mas no dia 01 de Setembro, quando voltava da escola, levou um tiro na cabeça, que o matou.
"O meu filho foi baleado quando estava a voltar da escola e, ao ver o carro da polícia, a minha vizinha pediu ao que estava no carro para ajudá-la a levar o corpo ao hospital, eles viram o meu filho no chão e não pararam, simplesmente aceleraram o carro", recordou a mãe.
"Ele foi baleado às 10:00 e o meu marido e os vizinhos tiraram-no (do local) às 13:00; ninguém o queria tirar - a polícia não queria ajudar e as pessoas ficavam com medo de olhar para ele", acrescentou.
E, até hoje, Rute Silvestre continua "nessa lengalenga de tratar papéis que envolvem dinheiro, indemnização, mas ainda sem sucesso".
Fonte: Angolapress - 31.08.2011
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