“O fim do mandato Samkuva provocou acusações de que a actual direcção queria manter-se no poder não convocando um congresso para analisar a questão da liderança.
Subsequentemente a Comissão Permanente da UNITA decidiu instaurar processos disciplinares a várias figuras do partido, incluindo a Abel Chivukuvuku, que havia criticado Samakuva.”
Reflectindo: Não é esta uma caracterista típica da maioria dos partidos africanos a excepção do ANC?
4 comentários:
Ambiciosos, gananciosos...
Vamos mandar o Karim para lá, ele que está a acompanhar a situação no Egipto onde Mubarak apareceu numa maca... Quem diria, não faltará muito que tal venha a acontecer nas bandas do Índico.
Zicomo
O ANC é excepção em África, pois como sabemos, os membros e simpatizantes daquele partido contestam decisões dos seus dirigentes sem receio de represálias. No ANC os membros e simpatizantes manifestam publicamente as suas opiniões sobre o partido e a direcção. Por sinal é o que acontece nas maduras democracias. Na Suécia acontece o mesmo em quase todos os partidos. Por exemplo, os membros do partido Social Democrata forcaram abertamente a mudança da liderança após as eleicões de 2010 e o motivo foi a derrota.
No caso da UNITA, nas condições normais Isaias Samakuva já teria se demitido da presidência porque a derrota da UNITA nas eleicões de 2008, foi muito pesada.
É verdade Muna.
Em qualquer "democracia testiculada" (estou a citar o dr. MZF)quando um partido sofre uma pesada derrota é comum, nessas democracias, o líder pedir demissão. Não, significa humilhação, pelo contrário, são os princípios de convivência. Porém, uma coisa "todos" sabem, pessoalmente não gosto de democracia porque é um sistema impostor, preferia uma ditadura governativa e não partidária.
Zicomo
PS: Estou a 1000 km da sua foz amigo, talvez vá para aí por três dias. Veremos.
Continuo a dizer que esta é uma reflexão da maioria dos partidos africanos. Deviamos debater este assunto com muita seriedade e não como um assunto privado da UNITA e Samakuva.
Quem se acha político ou quer entender da política partidária tem aqui a UNITA como prova da patologia dos partidos africanos. É bom partir da UNITA porque é um partido muito grande em Angola à estatura da RENAMO em Mocambique. Entretanto, a questão aqui não é UNITA ou RENAMO, mas sim o comportamento dentro de quase todos os partidos africanos, exceptuando alguns como o ANC.
Isaias Samakuva devia ter assumido a sua culpa na pesada derrota da UNITA nas eleicões de 2008, logo, demitir-se e convocar um congresso extra-ordinário. Mas ele não o fez como muitos líderes de partidos africanos não o fazem. Mas em comentários de muitos angolanos é fácil perceber que a permanência de Samakuva na liderança da UNITA só serve para afundar aquele partido.
Muna, mesmo em partidos ditadores, a democracia interna é prática se nesses partidos houver maturidade. Sem democracia interna, não há coesão num partido.
Nota: quando estiveres para chegar na minha foz que me avises.
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