Quantidades não especificadas de antiretrovirais estão a ser desviadas, numa zona do Malawi, que faz fronteira com Moçambique, para a fermentação de bebidas alcoólicas tradicionais, anunciaram fontes oficiais citadas pela Rádio Moçambique.
Os fármacos são utilizados para destilar uma bebida caseira vulgarmente conhecida por “kachassu” e que é bastante apreciada e consumida no Malawi e em Moçambique.
As autoridades malawianas ligadas à área de prevenção e combate à SIDA já iniciaram uma investigações visando travar o fenómeno, tendo já recolhido algumas amostras da bebida para testes laboratoriais. Até ao momento, ninguém foi detido em conexão com o caso.
A proximidade geográfica da zona de Mulanje, no Malawi, com o distrito de Milange, na província da Zambézia, pressupõe que a destilação de bebidas tradicionais com antiretrovirais e o seu consumo seja extensivo ao território moçambicano.
Contactado sexta-feira pela Lusa, o director nacional de Saúde pública de Moçambique, Mouzinho Saíde, disse que o Ministério da Saúde ainda não tem informação oficial das autoridades malawianas sobre a venda dos antiretrovirais, mas manifestou-se preocupado com a comercialização naquela região fronteiriça.
Em algumas províncias de Moçambique, a aguardente, cujo teor alcoólico é superior a 40 graus, é consumido sobretudo por pessoas mais pobres. No Malawi, cerca de 250 mil pessoas beneficiam de tratamento antiretroviral gratuito, num universo de mais de um milhão de infectados por HIV, vírus que causa a SIDA.
Fonte: Diário de Notícias (aqui) edicão 1570 de 09.02.2010
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