MDM
O Movimento Democrático de Moçambique é um partido politico que nasceu oficialmente a 6 de Março de 2009 na cidade da Beira, capital de Sofala. Na verdade, a criação do movimento foi liderado por um grupo dissidente da Renamo que contestava contra a decisão do partido de Afonso Dhlakama de preterir Daviz Simango como candidato às eleições autárquicas de 2008.
Lembre que o actual edil da Beira foi expulso em 2008 da Renamo, supostamente por ter manifestado a intenção de se (re) candidatar, desta vez como independente, à presidência do município de Chiveve depois que o partido o preteriu a favor de Manuel Pereira. Mas a expulsão veio apenas acentuar o ambiente de desilusão e de cisões há algum tempo latente na Renamo, razão pela qual não surpreendeu que algunas nomes até então sonantes no partido de Dhlakama tivessem sido associados ao novo partido.
Engenheiro de profissão, Daviz nasceu há 45 anos e é filho do primeiro Vice-Presidente da Frente de Libertação de Moçambique, Urias Simango, executado pelo então regime da Frelimo por alegada traição pouco depois da Independência nacional.
O homem que chegou a ser visto como o delfim de Afonso Dhlakama, o líder da Renamo, foi eleito presidente do movimento na conferência constitutiva.
O surgimento do partido passou a ser o principal tema de conversa e, sobretudo, a principal manchete dos noticiários e publicações nacionais e algumas internacionais. Aliás, na história recente da democracia multipartidária de Moçambique poucos se lembram de uma conferência constitutiva de um partido que tenha monopolisado tantas atenções.
Quando surgiu optou por um silêncio estratégico, uma posição táctica, não tendo sido claro se iria ou não concorrer às eleições presidenciais, legislativase das assembleias provincias de Outubro de 2009. Mas nas entrelinhas lia-se uma vontade de avançar.
Mal deu deixou explícito a sua vontade de concorrer às eleições de 2009, o movimento começou a ser vitima de uma campanha de intimidação em algumas zonas do país, de desqualificação em certos circulos de opinião. Alguns dos seus membros com cargos de representação viam as suas residências vandalizadas ou destruídas, outros eram fisicamente agredidos. O movimento enfrentou muitas dificuldades para organizar as suas actividades políticas, apesar de isso ser um direito previsto na Constituição.
A violência física e simbólica que seus membros enfrentavam no terreno apenas fortalecia as bases do movimento que, aos olhos de alguns, nasceu para preencher o enorme vazio existente na vida política moçambicana. Apesar de nunca terem admitido, a Frelimo e a Renamo viam no movimento um adversário de respeito.
Mas o pior momento ainda estava por vir. Quando a Comissão Nacional das Eleições (CNE) divulga as listas de candidatures em Setembro, o MDM viu rejeitadas as suas listas de candidaturas em nove círculos eleitorais. O CNE justificava que havia detectado irregulridades bastantes nas candidaturas do partido liderado por Daviz.
Inconformado, o movimento recorreu ao Conselho Constitucional (CC) contra a decisão da CNE. O CC decidiu não dar provimento ao recurso, apesar de ter reconhecido que o processo de publicação de listas enfermava de irregularidades.
O movimento fez a sua campanha nos quartos círculos, nomeadamente em Maputo Cidade, Inhambane, Sofala e Niassa, enquanto seu presidente percorria o país de les-a-les divulgando a mensagem do mais promissor partido politico em Moçambique. Foi uma feita com poucos meios, contra a robustez financeira dos seus mais directos adversaries, a Frelimo e a Renamo admitidos nos 13 círculos eleitorais.
No escrutínio de 28 de Outubro, o MDM consegui fazer eleger oito deputados, número insuficiente para formar uma bancada. Mas foi uma vitória para um partido que concorreu com apenas seis meses de idade e que teve que enfrentar muitas dificuldades para se inserir no país.
Mais ainda, para um partido que foi apenas permitida concorrer em apenas quatro cículos eleitorais.
Os oitos mandatos conseguidos na Assembleia da República equivalem a 3.98% dos votos.
Nas eleições das assembleias provinciais, o MDM fez eleger 24 deputados (3.41%). O presidente do movimento conseguiu 340.579 votos (8.59%), situação que o colocou em terceiro lugar.
Fonte: SAVANA (01.01.2010)
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