Por Edwin Hounnou
Desde 2006 que o governo tem desembolsado fundos públicos para os distritos, alegadamente, a fim de que produzam alimentos e criem postos de trabalho. Até agora, para esse feito, somam 132 milhões de dólares, segundo dados oficiais, colocados nos distritos e geridos por conselhos consultivos. A devolução desse dinheiro pelos beneficiários é problemática. O governo não possui mecanismos legais para obrigar os mutuários a devolverem a dívida. O discurso oficial sugere que o mais importante não é o reembolso dos dinheiros, mas, o impacto que provoca nas comunidades.
Esta prática anula o esforço que a banca faz, cobrando aos devedores que resistem em não cumprir seus devedores. Na nossa burguesia emergente está cimentada a ideia de que para se ser empresário é imprescindível apoiar-se nos fundos públicos ou ser um camarada. Vários dirigentes do Partido/Estado, entre os anos 2000/2002, abeiraram-se do tesouro público e tiraram milhões de dólares, sem qualquer garantia real da devolução. Uma minoria devolveu enquanto tantos outros já não se lembram que, alguma vez, devem ao tesouro. O Estado não tem como os forçar a pagar a dívida. Não são coagidos por nada. Não há mecanismos previstos.
Três anos consecutivos de investimentos, nos distritos, são tempo suficiente para que com esse dinheiro faça reinvestimento. Se isso não estiver a acontecer, o Estado estará, apenas, a matar a pobreza de algumas famílias. A maior parte dos camponeses continua mergulhada na pobreza e sem uma solução para breve. Os camponeses não vislumbram a possibilidade de como poderá atravessar o túnel da pobreza porque o Estado não vai ter dinheiro para sempre e a todos. Não é vocação de um Estado oferecer dinheiro aos cidadãos para serem ricos ou empresários. O trabalho abnegado e a persistência são o princípio que levam à produção da riqueza e não a burla.
A riqueza é sempre produto de trabalho. Dinheiro oferecido não enriquece a ninguém nem alegra o coração. A caridade não é um caminho que leva à independência económica. Se o governo estiver interessado em apoiar camponeses a melhorarem a sua produção e a criar postos de trabalho duradouros, o País tem que possuir um banco rural. Até parece que o governa está a fazer uma concorrência desleal ao distribuir e pôr a circular tanta massa pelos distritos Os camponeses precisam de meios e conhecimentos científicos para saírem da pobreza. Os ministérios do Plano e Desenvolvimento e das Finanças têm que ensinar aos conselhos consultivos planificar e gerir dinheiro. Ninguém tem que receber nada do Estado sem contrapartida, seja ele rico ou pobre. Os pobres não precisam de esmola, mas de políticas públicas exequíveis.
O dinheiro que vai aos distritos já criou postos de trabalho permanentes ou sazonais? Quanto custa cada para manter cada posto? A intenção pode ser boa, mas, não tem futuro, por ser insustentável e impraticável.
A TribunaFax 21-07-2009
Desde 2006 que o governo tem desembolsado fundos públicos para os distritos, alegadamente, a fim de que produzam alimentos e criem postos de trabalho. Até agora, para esse feito, somam 132 milhões de dólares, segundo dados oficiais, colocados nos distritos e geridos por conselhos consultivos. A devolução desse dinheiro pelos beneficiários é problemática. O governo não possui mecanismos legais para obrigar os mutuários a devolverem a dívida. O discurso oficial sugere que o mais importante não é o reembolso dos dinheiros, mas, o impacto que provoca nas comunidades.
Esta prática anula o esforço que a banca faz, cobrando aos devedores que resistem em não cumprir seus devedores. Na nossa burguesia emergente está cimentada a ideia de que para se ser empresário é imprescindível apoiar-se nos fundos públicos ou ser um camarada. Vários dirigentes do Partido/Estado, entre os anos 2000/2002, abeiraram-se do tesouro público e tiraram milhões de dólares, sem qualquer garantia real da devolução. Uma minoria devolveu enquanto tantos outros já não se lembram que, alguma vez, devem ao tesouro. O Estado não tem como os forçar a pagar a dívida. Não são coagidos por nada. Não há mecanismos previstos.
Três anos consecutivos de investimentos, nos distritos, são tempo suficiente para que com esse dinheiro faça reinvestimento. Se isso não estiver a acontecer, o Estado estará, apenas, a matar a pobreza de algumas famílias. A maior parte dos camponeses continua mergulhada na pobreza e sem uma solução para breve. Os camponeses não vislumbram a possibilidade de como poderá atravessar o túnel da pobreza porque o Estado não vai ter dinheiro para sempre e a todos. Não é vocação de um Estado oferecer dinheiro aos cidadãos para serem ricos ou empresários. O trabalho abnegado e a persistência são o princípio que levam à produção da riqueza e não a burla.
A riqueza é sempre produto de trabalho. Dinheiro oferecido não enriquece a ninguém nem alegra o coração. A caridade não é um caminho que leva à independência económica. Se o governo estiver interessado em apoiar camponeses a melhorarem a sua produção e a criar postos de trabalho duradouros, o País tem que possuir um banco rural. Até parece que o governa está a fazer uma concorrência desleal ao distribuir e pôr a circular tanta massa pelos distritos Os camponeses precisam de meios e conhecimentos científicos para saírem da pobreza. Os ministérios do Plano e Desenvolvimento e das Finanças têm que ensinar aos conselhos consultivos planificar e gerir dinheiro. Ninguém tem que receber nada do Estado sem contrapartida, seja ele rico ou pobre. Os pobres não precisam de esmola, mas de políticas públicas exequíveis.
O dinheiro que vai aos distritos já criou postos de trabalho permanentes ou sazonais? Quanto custa cada para manter cada posto? A intenção pode ser boa, mas, não tem futuro, por ser insustentável e impraticável.
A TribunaFax 21-07-2009
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