Há uma contradição no centro do nacionalismo. O Nacionalismo estabelece-se para derrotar seu identificado inimigo. Mas ele vê o modo de vida do seu inimigo como seu modelo. Esta é a contradição do nacionalismo. O nacionalismo Afrikaner odiava o imperialismo Britânico. O que foi que fez? Acabou moldando-se à imagem do imperialismo Britânico. Da mesma maneira, o ANC viu o nacionalismo Afrikaner como seu inimigo. Mas que fez o ANC? Compete, através do black economic empowerment, com o capital branco. Repare nas diferenças esmagadoras de salário entre os dirigentes do ANC no Governo e as massas. Na África do Sul, agora, temos uma profunda desigualdade entre Africanos. Isto é por causa da tentativa de nacionalistas negros de viver como o inimigo. Ao imitarem seu inimigo, eles herdam as contradições do sistema social de que eles tomam conta.
Fonte: Mocambique para todos
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5 comentários:
Se o que o colonialismo ou imperialismo cometeram erros e abusos contra nos, entao, eles erraram, sao o nosso inimigo; mas se nos fizermos exactamente o mesmo ou pior, contra o nosso proprio povo, so porque agora somos governo soberano e legitimo, entao isso deve ser aceite como algo normal e considerado democratico. Errado e errado, se algo esta mal, esta mesmo mal, independentemente de quem possam ser os perpetradores.
Maria Helena
My, question Reflectindo: os negros na África do Sul estiveram, durante décadas, arredados dos centros de decisão económica e da própria economia sul-africana, acha o Sr. M. Mbeki que, com a abertura, os negros deviam continuar na mesma?
Caro Mutisse,
Em princípio as palavras do Moeletsi Mbeki, a quem sempre admirei, levam-me a uma reflexão profunda não ficando apenas nas questões de negócios. O meu amigo Mutisse não estringiu o seu pensamento aos negócios?
Não duvido das desvantagens dos "blacks" em relacão os "whites" na área de negócios, mas a questão é se está se equilibrando ou não? E seria à custa de empobrecimento e desindustrializacão da África do Sul, tal como Mbeki aponta com exemplos?
Apenas um exemplo: suponhamos que um partido da oposicão ganhe as eleicões de Outubro e a partir de Janeiro os directores das instuicões públicas passem a ser desse partido vencedor. Como interpretaremos a atitude?
Enfim, não será verdade que muitas vezes, depois de alcancarmos o poder adoptamos modo de vida do nosso inimigo como nosso modelo?
É um facto que é necessário um equilíbrio.
Segundo não acredito que, na RSA, se esteja a "esfolar" os brancos retirando-lhes tudo. O que se está a fazer é, no meu entender, dar oportunidades aos que nunca as tiveram antes. É evidente que nesse processo, se cometem erros. Mesmo aqui, ao tentarmos escangalhar o modelo de produção dos 1ºs anos da independência, escangalhamos a indústria do Caju, em nome de seja lá o que for. Mas para qualquer paradigma para o qual vamos embarcar, é necessário criar critérios.
Quanto ao equilíbrio estamos de acordo, é necessário. Contudo, ainda me interrogo quanto à necessidade de desindustriazão e empobrecimento duma nacão seja em nome de que quer que seja.
A nossa indústria escangalhou-se nos acordos de Lusaka por ter-se esquecido ou deixado para o segundo plano o assunto vital da economia. Será que se fosse possível voltarmos exactamente para Lusaka voltariamos a adiar este assuntos?
Sem dúvidas que é necessário ter-se critério, acho que é necessário evitarmos fazer de modelo aquilo que odeia(va)mos.
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