Designado Barão de Drogas pelos Estados Unidos da América
O África Confidential, uma
publicação de especialidade sobre os assuntos políticos e económicos do
continente negro, coloca fortes probabilidades de a participação do empresário
moçambicano Mohomed Bachir Sulemane (MBS) no jantar de angariação de fundos do
candidato da Frelimo poder resultar em implicações legais no que toca à relação
entre os Estados Unidos e o próximo governo moçambicano, caso o candidato da
Frelimo saia vencedor na votação de 15 de Outubro.
O governo dos Estados Unidos da
América designou, em Junho de 2010, Mohamed Bachir Sulemane como Barão de Droga
Internacional, tendo, em virtude desse facto, impedido todos os seus parceiros
de terem qualquer relação comercial com o acusado.O empresário moçambicano
sempre negou a acusação, mas os Estados Unidos nunca retiraram a sua acusação
por entenderem que a declaração só foi pública depois de confirmarem as suas
suspeitas.
O Africa Confidential recorda que
desde a designação de Mohamed Bachir Sulemane como Barão da Droga, as
autoridades moçambicanas iniciaram e conseguiram algum distanciamento do
empresário na perspectiva de assegurar relações óptimas com os Estados Unidos e
seus parceiros.
Assim, a presença de MBS no
jantar de angariação de fundos é um sinal da tentativa de o empresário
reaproximar-se às autoridades moçambicanas, coligando-se ao candidato
presidencial da Frelimo.
No sentido de obter o
entendimento do governo dos Estados Unidos em relação ao assunto, o Africa
Confidential enviou, ao Departamento de Estado, algumas perguntas. De acordo
com a publicação, àquele órgão do governo americano prometeu responder às
perguntas nos próximos dias.
A publicação refere que a
participação de MBS no jantar criou um ambiente de algum mal- estar no seio de
alguns empresários nacionais que sempre procuraram distanciar-se do dono do
Maputo Shopping Centre, particularmente pelo facto de, num salão enorme e
lotado, este ter sentado exactamente na mesa do candidato presidencial da
Frelimo.
“A presença de Bashir no jantar
de captação de recursos também foi difícil para dois executivos da empresa
petrolífera norte-americana, Anadarko, que estiveram no jantar”
– refere o Africa Confidential,
para logo a seguir recordar que a multinacional americana está a investir
biliões de dólares na exploração do gás natural em Cabo Delgado.
O jantar, recorde-se, foi
organizado pela Confederação das Associações Económicas de
Moçambique (CTA), alegadamente
com o objectivo de ouvir as ideias e perspectivas do candidato relactivamente
ao sector privado.
O Africa Confidential diz que um
dos empresários presentes no jantar, Silvestre Bila, chegou mesmo a alertar que
qualquer associação entre a Frelimo e o mundo de dinheiro “provenientes de
drogas”, poderia mostrar-se “politicamente desastroso”.
Fonte: MEDIA FAX – 10.10.2014
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