sexta-feira, outubro 17, 2014

Entre a prosperidade macroeconómica e o agudizar da pobreza

O próximo Presidente da República vai herdar uma das 10 economias que mais crescem a nível mundial, mas também herda desafios relacionados com o baixo Índice de Desenvolvimento Humano, desemprego, alta dependência externa, défice de infra-estruturas e outras fragilidades. O trabalho é, agora, transformar o crescimento do PIB em benefícios para todos os cidadãos.
Moçambique vive um contexto socioeconómico adverso, em que há dois grupos de factores que determinam o percurso actual e as perspectivas de médio/longo prazo: os bons indicadores são muitos, mas as dificuldades mostram-se ainda maiores, a avaliar pelo muito fraco Índice de Desenvolvimento Humano.
Organizações multilaterais e instituições colocaram na balança todos os determinantes que caracterizam a economia moçambicana e são unânimes em prever um futuro risonho, próspero, sobretudo justificado pela existência de grandes potencialidades em recursos naturais, nomeadamente, reservas de gás, carvão, grafite, ferro, diamante, ouro, rubis, entre outros. As perspectivas apontam para um país a caminhar para o grupo de países de rendimento médio, a médio prazo.
Para o Fundo Monetário Internacional (FMI), Moçambique continuará a ser uma das economias com taxas de crescimento acima da média africana nos próximos anos, com um ritmo superior a 8%. Entre os aspectos que vão ajudar a consolidar a sustentabilidade do crescimento económico, o FMI destaca o baixo nível de inflação e um desempenho fiscal que vem superando as metas previstas.
Com efeito, desde 2012, Moçambique regista uma inflação média anual de um dígito, tendo atingido o mínimo histórico de 2.1% em 2013. Para o FMI, este factor abre boas perspectivas para a manutenção da estabilidade de preços nos próximos anos, que será justificada pela expansão da produção interna de bens e serviços e pela estabilidade do metical em relação ao dólar, rand e euro. Assim, as estimativas do FMI indicam que a inflação poderá estar em torno de 5.6% nos próximos dois anos.


Fonte: O País – 17.10.2014

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