O CanalMoz avança que Sónia Horácio Dzimba, chefe de operação da Comissão Eleitoral da Cidade (CEC) e membro do partido Frelimo, encontra-se detida na cidade da Beira. De acordo com a fonte, Dzimba terá sido flagrada a tentar trocar os editais verdadeiros por viciados.
A informação terá sido avançada ao CanalMoz por fontes da CEC, na capital da província de Sofala, esta terça-feira, dia 21 de Outubro. A chefe das operações da CEC terá sido apanhada ontem, dia 20 de Outubro, a trocar editais de votação contabilizados pelo STAE ao nível do distrito da Beira por outros alegadamente viciados pela própria.
De acordo com este órgão de informação, Dzimba encontra-se detida na 3.a Esquadra da PRM, no Bairro de Matacuene, na capital da província de Sofala, acusada de crime de desvio de votos e falsificação de dados na sala das Operações Técnicas da Comissão de Eleições da cidade da Beira.
Segundo fontes da CEC citadas pelo Canal moçambicano, Sónia Horácio Dzimba terá sido flagrada com novos editais pelos seus companheiros de sala no período da tarde da passada segunda-feira. Sónia teria consigo dados diferentes dos lançados no sistema no período da manhã.
“Quando questionada a respeito da proveniência dos editais em causa, esta optou por dizer que os recebeu dos outros colegas da direcção provincial do STAE de Sofala", explica uma das fontes.
A mesma fonte ainda avançou ao Moz que os editais falsos "traziam somente uma e única assinatura, a do presidente da mesa de voto, e davam vantagem ao candidato da Frelimo, Felipe Nyusi e ao Partido Frelimo", sendo que "tinham 400 votos a mais em cada mesa". Ainda, conforme a fonte, terá sido constatado, "feitas outras análises", que "eram cópias de cópias de outros editais da cidade da Beira, falsificadas".
O CanalMoz indica que os editais falsificados são referentes às mesas de voto do Bairro da Manga Loforte, onde o líder da Renamo Afonso Dlhakama e o seu partido venceram por largas margens, de mais de 400 votos em cada mesa.
O processo de apuramento distrital e provincial dos resultados das eleições gerais de quarta-feira, dia 15 de Outubro, tem sido marcado por queixas dos partidos da oposição sobre alegadas irregularidades e tentativas de fraude, à semelhança de acusações no dia da votação.
As conclusões das missões internacionais de observação eleitoral, anunciadas na sexta-feira, têm em comum a referência de irregularidades, mas insuficientes para influenciar o processo eleitoral.
Segundo a Lusa, a maioria dos cerca de 500 observadores internacionais já terminou o seu trabalho e restam poucos no acompanhamento do processo de contagem.
Apesar de o STAE ter interrompido na sexta-feira a divulgação de resultados nacionais, enquanto decorrem os apuramentos distritais e provinciais, dados publicados pelo jornal Domingo, detido pelo Estado, com base nas entidades eleitorais, davam conta de que Filipe Nyusi (Frelimo) conservava a liderança na contagem das presidenciais, quando estavam processadas mais de metade das mesas de voto.
Nyusi seguia à frente, com 62,13% dos votos, seguido de Afonso Dhlakama, presidente da Renamo, com 31,06%, e de Daviz Simango, líder do MDM (Movimento Democrático de Moçambique), com 6,81 por cento.
O jornal não fazia referência aos resultados das legislativas, remetendo para uma projecção do Observatório Eleitoral, a maior entidade de observação da votação, que na segunda-feira actualizou os seus dados, dando 57% à Frelimo, 32% à Renamo e 10% ao MDM, e prevendo uma abstenção de 51 por cento.
Mais de dez milhões de moçambicanos foram chamados a escolher um novo Presidente da República, 250 deputados da Assembleia da República e 811 membros das assembleias provinciais.
No escrutínio concorreram três candidatos presidenciais e 30 coligações e partidos políticos.
Fonte: SAPO - 21.10.2014
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