O Governo anunciou esta segunda-feira, dia 27 de Outubro, que vai disponibilizar 300 vagas no exército e na polícia para os homens do braço armado da Renamo, principal partido de oposição, ao abrigo do acordo de paz celebrado a 05 de Setembro.
De acordo com José Pacheco, chefe da delegação governamental no diálogo com a Renamo Resistência Nacional Moçambicana), serão abertos 200 lugares nas Forças Armadas e Defesa de Moçambique e outros 100 na polícia.
O Governo aguarda porém que a Renamo envie a lista com os nomes dos seus homens a integrar nas forças de defesa e segurança de Moçambique, segundo Pacheco, também ministro da agricultura, que falava em Maputo no final da 82.ª ronda de negociações iniciadas em Abril de 2013.
O chefe da delegação do Governo disse que, das informações recolhidas em reuniões anteriores, o efectivo do braço armado do partido de oposição é de 100 a 200 elementos, considerando que o total de vagas hoje anunciado é mais do que suficiente para abrigar o que se convencionou chamar "força residual da Renamo".
No entanto, para a Renamo, o que está em causa não é o número mas o modelo da incorporação dos seus elementos nas forças de defesa e segurança.
"Temos de aprovar o mais cedo possível o modelo de reintegração", salientou Saimone Macuiana, chefe da delegação da Renamo, acrescentando que só isso tornará efetivos os acordos já alcançados.
O desarmamento e integração dos homens da Renamo no exército e polícia é um dos principais pontos do acordo de cessação de hostilidades alcançado ao fim de quase 80 rondas negociais entre as partes e oficializado a 05 de Setembro pelo Presidente da República, Armando Guebuza, e pelo líder da oposição, Afonso Dhlakama.
O acordo, assinado já em plena campanha para as eleições gerais de 15 de Outubro, encerrou formalmente 17 meses de confrontos militares na região centro do país, provocando um número desconhecido de mortos e milhares de deslocados.
Ao abrigo do entendimento, 93 observadores militares, incluindo 23 estrangeiros, entre os quais dois portugueses, vão fiscalizar o desarmamento do braço armando da Renamo e a sua integração no exército e polícia ou passagem à vida civil.
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