Sei que não somos da tradição de Harakiri. Essas são coisas de Japão. Se
fossemos dessa tradição o nosso sistema jurídico mesmo sob direccão de membros
da Frelimo sancionaria os crimes eleitorais sem olhar pela cor partidária de
quem os cometeu.
Sei que no cômputo total a fasquia do nosso nível ético é baixo, razão pela
qual se pratica todo o tipo de fraude sem remorso. Pratica-se fraude eleitoral,
fraude fiscal qualificada sem remorso e concidadãos que não dão para imaginar
são indiferentes. Pratica-se fraude académica em que testes são violados nas
direcções provinciais, nas direccões distritais, nas direcções das escolas. Muitas
vezes vemos concidadãos que aparentemente são de boa educacão, mas não se
indignam por esta prática. Assiste-se
tudo aquilo que em sociedade SÃ é repugnante mas que não indigna a concidadãos
que nem se podem imaginar. Mas são assim
todos os moçambicanos? Não. Os bons não sabem de como podemos elevar a fasquia
da nossa ética? A minha questão pende-se no facto de por exemplo:
1) Houve fraude e tentativa de fraude provadas nas eleicões autárquicas de
2013, e sem falar das gerais de 2009 e as anteriores. Provou-se que havia
cidadãos a vir com boletins de votos preenchidos, caso de Angoche, Gurúè, por
exemplo. Sabemos que boletins de votos em Mocambique só e só podem estar na
posse dos órgãos do STAE. Será que continuou-se a investigar este caso e alguém
do STAE respondeu por isso? Que exemplo, se tira nisso? Os partidos políticos
da oposição, as organizacões da sociedade civil, os bons cidadãos insistiram na
responsabilizacão do acto? É difícil responsabilizar alguém? O STAE não tem
direcção com uma das responsabilidades de não deixar que os boletins de voto
vazem?
2) Os fraudulentos como a Fernanda Mocambique, foram julgados para
provar-se que aquele acto foi um crime e inaceitável? Uma vez que nada se fez,
os partidos políticos da oposição, as organizações da sociedade civil, os bons
cidadãos insistiram na responsabilização do acto? Ok. O sistema jurídico está
corrompido, mas não se pode ir às ruas insistentemente para clamar a justiça?
Falei!
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