A província do Niassa recebeu do Governo central 922,5 milhões de meticais, entre 2006 e 2013, referentes ao Fundo de Desenvolvimento Distrital (FDD), vulgo “sete milhões”.
Deste montante, os mutuários apenas reembolsaram 48,5 milhões de meticais, uma soma que corresponde a cinco por cento, segundo o Governador daquela província, David Marizane.
Mesmo com as taxas de juro simbólicas cobradas, os beneficiários continuam a não cumprir com as suas obrigações. O Executivo pretendia que um maior número de moçambicanos beneficiasse do fundo, a partir do dinheiro reembolsado.
Inicialmente estipulado em sete milhões de meticais, o FDD foi instituído em 2006 com o objectivo de beneficiar cada um dos 128 distritos do país e financiar iniciativas de geração de emprego e produção de alimentos.
O Fundo também tem como propósito dar capacidade de investimento aos cidadãos residentes nas zonas rurais que, de outro modo, jamais teriam acesso a financiamentos da banca comercial.
O Governador Marizane, que deu a conhecer estes dados ao Presidente Armando Guebuza, que efectua a sua última presidência aberta e inclusiva ao Niassa, traçou um cenário positivo, afirmando que o impacto do FDD, bem como o Programa Estratégico para a Redução da Pobreza Urbana (PERPU), instituído em 2011, é muito promissor.
No Niassa, este programa cobriu apenas a capital provincial, Lichinga, que recebeu um total de 32,7 milhões de meticais, valor que financiou 717 projectos.
Segundo aquele governante, a província registou o alargamento das áreas de cultivo, a renda e as habitações familiares melhoraram, o agro-processamento e mecanização da agricultura ganharam terreno, entre outras mudanças.
O FDD, considerado por muitos como sendo “política de inclusão económica”, continua a ser motivo de preocupação no seio das populações, razão pela qual o Presidente Guebuza tem sido confrontado, no diálogo que efectua com as populações, com queixas de vária ordem, feitas, principalmente, por aqueles que ainda não acederam ao Fundo, volvidos cerca de nove anos desde que foi institucionalizado.
Na terça-feira, por exemplo, Guebuza dialogou com a população de Muembe, que denunciou a existência de casos de corrupção na atribuição do Fundo.
Manuel Aibo, um dos denunciantes, disse ter provas de que, a nível daquela região, “só recebe o fundo quem suborna”. (AIM)
Fonte: Jornal Notícias – 20.03.2014
1 comentário:
Não so no Niassa mas outras provincias tambem, e nao acontece nada para quem não reembolsa. Acho que é fundo mahala mesmo.
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