A Associação dos Combatentes da Luta de Libertação Nacional (ACCLIN) repudiou publicamente as recentes afirmações de um dos seus membros sobre a 'saúde política' do partido Frelimo, classificando-as hostis e contrárias aos princípios que regem a agremiação.
O repúdio foi feito hoje pelo Secretário-Geral da ACCLIN, Fernando Faustino, numa conferência de imprensa havida em Maputo, visando responder aos recentes pronunciamentos veiculados nos órgãos de informação, por um dos membros da associação que congrega, a escala nacional, um universo de 80 mil militantes.
As afirmações de Faustino surgem em resposta as declarações feitas por Henriques Madebe, major na reserva, que criticou o partido no poder, de que é igualmente membro, mas insatisfeito com o actual estado das coisas.
Madebe disse, na entrevista em questão, que a governação está mal. Na óptica do Major, males como o capitalismo, egoísmo, injustiça e o monopolismo estão a renascer fortemente, não obstante ter-se lutado contra as mais várias formas de opressão movidas pelo regime colonial.
Madebe disse igualmente haver planos de expropriação das casas dos antigos combatentes na zona militar, em prol dum interessado que pretende edificar um condomínio, mas que quaisquer tentativas de tirar serão respondidas com revolta.
Fernando Faustino, que está igualmente a par do conteúdo da entrevista, disse porém que tanto na ACCLIN quanto no partido Frelimo existem fóruns apropriados para tratar de questões da saúde política da agremiação.
“Nós, os combatentes, repudiamos veementemente a todos os pronunciamentos hostis a este partido e ao governo em particular, porque partimos do princípio que é o partido onde estão integrados os combatentes. Foi o partido que lutou pela independência do país, e é por isso que o povo moçambicano confia nele”, disse Faustino.
O secretário-geral disse que a ACCLIN está representada em todos os distritos e anualmente tem realizado reuniões do Comité Nacional, órgão constituído por 180 membros, onde são discutidas e planificadas as actividades, isto é, todo o tipo de questões relativas aos membros são resolvidas a nível do órgão e nunca na rua.
A fonte acrescentou igualmente que as questões apresentadas pelos membros da ACCLIN têm e sempre tiveram resposta, e a associação nunca ficou indiferente aos assuntos de sua total e plena jurisdição.
Mais ainda, os combatentes têm, segundo Faustino, acesso a pensão de acordo com as suas categorias militares, a educação e assistência médica e medicamentosa, habitação condigna, acesso a um fundo de inserção social atribuídos pelo governo em reconhecimento do esforço que eles fizeram em tempos.
Respondendo a questão da construção de um condomínio no bairro militar ocupado pelos combatentes após a independência do país, em 1975, o secretário-geral disse que a zona é património do Ministério da Defesa Nacional.
Em caso de necessidade de retirada dos residentes, o ministério vai, primeiro, criar condições para os acomodar e as informações em poder da ACCLIN indicam a existência de um projecto de reassentamento de todos os moradores da zona e se calhar com melhores condições que as actuais.
Fonte: AIM – 11.06.2013
Sem comentários:
Enviar um comentário