O padre português José Luzia Gonçalves, com mais
de 40 anos de sacerdócio em Moçambique, defende em livro o reconhecimento e
integração da mulher em acções pastorais, considerando que "a mulher não é
só para fazer danças nas missas".
Na sua obra
intitulada "Igreja de Todos e de Alguém", lançada esta quinta-feira
em Nampula, no norte de Moçambique, José Luzia Gonçalves advoga
"claramente" que a mulher "um dia possa celebrar uma
eucaristia" numa igreja católica.
"Hoje não
temos pastoras católicas e o que eu faço neste livro é defender claramente a
mulher para que um dia ela possa celebrar uma eucaristia", disse à Lusa o
sacerdote, acrescentando que "a mulher não é só para fazer danças nas
missas".
No seu livro, o
autor procura ainda convencer a família cristã a reconhecer o papel dos leigos
nas diversas atividades da igreja católica, justificando que "há muitos
serviços, incluindo pastorais, que o clero tem tendência de monopolizar, mas
que, na realidade, deviam ser descentralizados".
Segundo o Padre Zé
Luzia, como é carinhosamente chamado, embora o Papa não tenha autorizado, até
ao momento, a nomeação de mulheres para os cargos de bispo ou de padre, o mundo
continua ansioso em vê-la e, de forma mais activa, nessa condição.
Com 1.500 exemplares,
"Igreja de Todos e de Alguém" foi anteriormente lançada nas cidades
de Lisboa e Porto, em Portugal, e no Seminário São Pio X, em Maputo, tendo, na
quinta-feira, sido apresentada ao público de Nampula.
Em Portugal, José
Luzia Gonçalves diz ter publicado, há anos, um pequeno caderno com o título
"Igreja das Palhotas" e que se encontra exposto ao público em várias
bibliotecas do mundo, incluindo as de Moçambique.
(RM/Lusa) in Rádio
Moçambique (05.05.2012)
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