Por Mouzinho de Albuquerque
FALAR do edifício sede do Governo provincial de Nampula que se quer dignificado, entanto que um centro de poder de decisão naquela região do país, é falar de uma grande e bonita infra-estrutura histórica cuja preservação e, sobretudo, respeito têm deixado muito a desejar nos últimos tempos. Em tempos o referido edifício mereceu muito respeito e dignificação não só por parte dos residentes da cidade de Nampula, como também dos próprios governantes.
Sempre que se falasse do edifício-sede do Governo provincial de Nampula, era igualmente sinónimo de boa conservação, pintura renovada, janela com vidros bonitos, limpeza na sua parte central não coberta, funcionários limpos e honestos, carros bem estacionados no seu recinto, polícias que mantinham segurança disciplinados e muito mais, que colocava o mesmo numa posição prestigiante.
Mas hoje, parece que se esqueceu que aquele edifício, incluindo a sua zona evolvente, que é um local no qual se torna inevitável uma atenção peculiar por parte de quem por ali passa ou trabalha. É um local que deve ser testemunho coerente de exemplaridade da competência, seriedade e responsabilidade dos nossos dirigentes na resolução dos problemas do povo. Acima de tudo, um testemunho coerente do exemplo na boa governação, factor importante na erradicação da pobreza rumo ao desenvolvimento do nosso país.
O que se assiste perto daquele edifício onde funcionam também direcções e delegações provinciais e regionais de várias instituições do Estado, é a existência de coisas que deixam ficar a ideia de que, em matéria de valorização da sede do Governo provincial, pouco se faz. Aliás, é forçoso concluir que a partir de quem de direito tem contribuído (por omissão?), para o estado em que se encontram as coisas.
E porque não pudemos aderir sem críticas às coisas anómalas que nos querem impor, dizer que um dos exemplos dessas coisas é a construção de barracas e ou puarós precários nas cercanias do edifício. Até porque mesmo que sejam melhorados, não nos parece que uma construção como aquela que está a acontecer na parte frontal da sede do Governo provincial, concretamente na antiga feira dominical de Nampula, significa aquele edifício, tanto é que neste momento a obra encontra-se parada e num estado de abandono. O curioso é que, por exemplo, o puaró precário incluindo a sua vedação, acaba de ser construído muito perto do edifício do Governo provincial, desta feita num dos sectores da Direcção Provincial do Plano e Finanças, que também funciona no referido edifício. Afinal quem manda quem naquele edifício?
Com todo o respeito e salvo melhor entendimento, há tantos lugares para construir barracas, sanitários públicos e outras infra-estruturas na cidade de Nampula, sem pôr em causa o edifício sede do Governo provincial de Nampula que merece todo respeito e dignificação. Mas será que ninguém tem competência para mandar remover a vedação que ainda ofusca a beleza e visibilidade do edifício do Executivo provincial?
Todavia, não nos parece que é dignificante para o centro de tomada de importantes decisões do Governo da Província de Nampula, tenha perto dele grandes mictórios públicos ao ar livre. O primeiro situa-se do lado direito do edifício, num espaço que se pretendia construir um hotel, enquanto o segundo localiza_se no seu lado esquerdo, ali perto da residência da Direcção Provincial do Plano e Finanças.
Ou o edifício-sede do Governo provincial de Nampula acerta, rapidamente, o passo com o futuro, no que toca à sua valorização, e isso, só se conseguirá também com dirigentes competentes na sua liderança, ou então, daqui a alguns anos, as pessoas que cá estiverem não terão boas razões para recordar a beleza prestigiante, os ensinamentos positivos daquela importante infra-estrutura que é um dos símbolos da dominação colonial. Preservemos o edifício do governo provincial de Nampula olhando o futuro e o bem colectivo.
Fonte: Jornal Notícias - 10.11.2011
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