Nove países que financiam o Orçamento de Moçambique estão em recessão.
A nova geografia política, a intervenção da Troika e dos cidadãos e a própria situação económica levaram ao corte da ajuda externa. Os recursos externos no orçamento de 2012 vão cair perto de 5 mil milhões de meticais. O futuro é sombrio.
Quando Paulo Portas, o ministro de Estado e de Negócios Estrangeiros de Portugal, veio a Moçambique deixou a mensagem de que é preciso procurar “formas inovativas” para financiar os projectos assumidos por Portugal em Moçambique.
Em outras palavras, o governante português disse que perante a crise financeira internacional e as imposições da Troika, Portugal já não podia financiar a ponte Maputo-Ka tembe, a Hidroeléctrica de Cahora Bassa - Norte, a espinha dorsal, entre outros projectos, anunciados por José Sócrates.
Ao soar o alarme, Moçambique viu-se forçado a ir buscar alternativas, mas ainda não as encontrou. São os efeitos da crise, que prometem cortar o investimento, desprogramar governos e anular o crescimento económico, sobretudo daquelas economias em que a ajuda externa tem um peso importante.
Moçambique está na lista. Portugal, Itália, Alemanha, Irlanda, França, Espanha, Bélgica, Finlândia e Áustria compõem o grupo de 19 países e instituições que financiam directamente o Orçamento de Estado. Portugal e Irlanda já foram intervencionados, depois da crise derrubar os dois governos.
A Troika passou a orientar a economia, impondo medidas de austeridade em quase todos os sectores. A ajuda externa foi reorientada e já atinge o orçamento moçambicano. A contribuição da Irlanda para o próximo ano caiu de 11 milhões de dólares para 5,4 milhões, enquanto Portugal decidiu manter o mesmo apoio de 2012 em 1,5 milhão de dólares.
A actual crise já ameaça derrubar a Itália e a Espanha, o que leva os analistas a preverem que a Europa pode afundar. Acredita-se que devido ao seu peso não há dinheiro na União Europeia capaz de resgatar a Itália e a Espanha. O polémico primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, já foi sacrificado, empurrado pela crise financeira. O primeiro-ministro da Espanha pediu eleições antecipadas e anunciou que não se iria candidatar. A dívida pública da Itália equivale a 118% do Produto Interno Bruto, enquanto os empréstimos da irlanda correspondem a 94% da produção nacional.
Fonte: O País - 18.11.2011
Reflectindo: Não estou contente, antes pelo contrário, estou muito triste. Mas sou obrigado a recordar que vezes sem conta, muitos compatriotas já alertaram sobre o esbanjamento das doações com passeatas , distribuicão de tacho entre amigos criando-se empregos para os "boys." Há pouco Lázaro Mabunda escreveu sobre a criacão de novos distritos em pleno tempo de crise. A única vez que fingiram que reconheciam a crise foi logo depois das manifestacões violentas de 1 a 3 de Setembro de 2010. Depois a festa continuou. “Ya nene piyanene, mwuhinnuwele muru piyanene.” Escutem Eyupuru e interpretem a letra.
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