A ex-primeira-ministra ucraniana Yulia Tymoshenko foi ontem condenada a sete anos de prisão por abuso de poder, no âmbito de um acordo de fornecimento de gás russo que mediou em 2009.
O juiz Rodion Kireyev, que confirmou a sentença máxima pedida pelo Ministério Público, declarou que Tymoshenko, de 50 anos, causou prejuízos no valor de quase 140 milhões de euros ao Estado ucraniano, pelo que, além da pena de prisão, terá de "indemnizar plenamente" a empresa pública de gás ucraniana Naftogaz. O veredicto, proferido após um julgamento de três meses, determina ainda que a antiga chefe do governo fique proibida de ocupar cargos nas estruturas do poder durante três anos, o que a impedirá de participar nas legislativas do próximo ano. Tymoshenko qualificou o julgamento como um "linchamento político" organizado pelo presidente Viktor Yanukovich e negou qualquer irregularidade durante a negociação do acordo.
A líder da oposição, que vai recorrer da sentença, denunciou o "regime autoritário" de Yanukovich e a falta de justiça no país, tendo apelado mesmo ao derrube do regime. Apoiantes de Tymoshenko afirmam que o objectivo de Yanukovich - que já reconheceu que o veredicto dificultará aproximação da Ucrânia à União Europeia - foi neutralizá-la politicamente. Por seu lado, Moscovo considerou que existe um "subtexto anti-russo" na sentença.
A União Europeia já avisara que a prisão da líder da Revolução Laranja prejudicaria as relações com Kiev, pondo em risco a ratificação de um acordo que prevê a criação de uma zona de comércio livre.
Fonte: TIM - 12.10.2011
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