segunda-feira, abril 11, 2011

Central sindical COSATU ameaça bloquear a fronteira na terça-feira

Joanesburgo, 11 Abr (Lusa) -- A central sindical sul-africana COSATU ameaça bloquear por completo o trânsito de veículos e pessoas entre a África do Sul e a Suazilândia na terça-feira em protesto contra o regime do monarca Mswati III.

A secretária para as relações internacionais da COSATU, Zanele Matebula, disse, na noite de domingo, numa conferência de Imprensa em Joanesburgo, que dirigentes sindicais sul-africanos planeiam concentrar cerca de 300 pessoas no posto fronteiriço de Oshoek/Ngwenya, que liga a África do Sul a Mbabane, como forma de solidariedade com os trabalhadores swazis que se devem manifestar terça-feira naquele reino contra o regime de Mswati III, que há exatamente 25 anos ilegalizou os sindicatos e os partidos políticos da oposição.

"Queremos tornar a Suazilândia ingovernável", declarou Matebula, esclarecendo que é intenção da COSATU que nesse dia não atravessem a fronteira "nem pessoas nem materiais, para ferir a economia".

"Isso (o bloqueio) terá impacto nos negócios dentro da Suazilândia e esperemos que produza o efeito de espicaçar os suazis para que expressem as suas preocupações contra a monarquia", referiu aquela dirigente.

Zanele Matebula falava num encontro de solidariedade com o povo da Suazilândia que apenas atraiu oito dezenas de pessoas.

O ministro-adjunto das Relações Exteriores, Ebrahim Ebrahim, que deveria discursar no encontro, não chegou a comparecer sem que tenha sido dada qualquer explicação.

Os protestos naquele reino, encravado entre a Africa do Sul e Moçambique, têm subido de tom nos últimos meses devido ao aumento generalizado da pobreza, que contrasta com o estilo de vida sumptuoso do rei Mswati III, e em várias ocasiões os manifestantes foram espancados e detidos e sindicalistas e ativistas sul-africanos deportados do reino.

A segurança no posto fronteiriço de Oshoek/Ngwenya foi reforçada nos últimos dias com efetivos policiais sul-africanos a conduzirem buscas apertadas a viaturas que circulam entre os dois países.


AP.

Lusa/fim In Notícias Sapo - 11.04.2011

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