'Accionistas' da Frelimo denunciados em público
E m Mogovolas, o partido Frelimo encontra-se numa fase conturbada e de mútuas acusações entre os membros daquela formação política, e entre estes e os respectivos dirigentes.
Segundo apurou o Wamphula fax, o facto resulta do que se apelida de “privatização” do partido, supostamente protagonizada por alguns membros do Secretariado do Comité Distrital e da Assembleia Provincial residentes naquele distrito do sul da província de Nampula.
Esta questão foi despoletada no passado dia 29 de Março, durante um comício popular orientado pelo governador da província de Nampula que, semana passada, trabalhou naquela região.
Paulino Manuel Tavarava, um dos membros da Frelimo, pediu a palavra para denunciar a alegada existência, no seio do Partido, de indivíduos que se fazem donos do partido e que tudo decidem sem qualquer consulta aos outros membros.
Tavarava, que se intitula secretário do bairro de Meluli, cargo que afirma ter sido eleito num sufrágio interno que visava a revitalização das respectivas células, revelou ao governador Felismino Tocoli ter sido vítima de humilhações protagonizadas pelo referido grupo de indivíduos que decidiu substitui-lo no cargo por um elemento da sua confiança.
Outra pessoa que se considera lesada é Alzira Ranque, secretária distrital da Organização da Mulher Moçambicana (OMM), que cessou funções no dia 26 de Março último.
Ela sustenta que as eleições internas que originaram a sua despromoção do cargo teriam sido fraudulentamente orquestradas pelos dirigentes do partido ao nível do distrito. Estamos a passar mal aqui em Mogovolas. Existem indivíduos que se fazem donos do partido Frelimo.
Disse Alzira Ranque, acrescentando ter tentado, sem sucesso, contactar o representante do partido Frelimo na comitiva do governador, na sua recente visita aos distritos de Mogovolas e Meconta.
Entretanto, o 1º secretário do Comité Distrital daquele partido, Martinho Vasco Nogueira, nega qualquer possibilidade de agitação política no distrito de Mogovolas.
Sem entrar em muitos detalhes, Nogueira afirmou que o seu partido guiase sempre pelos princípios democráticos, sublinhando que as questões do partido tratam-se em fóruns apropriados e não em público.
Fonte: Wamphula Fax in @Verdade - 04.04.2011
Reflectindo: Pelo que entendo no texto, o comício popular era dirigido à população numa acção do governo e não partidária. Por essa razão, a minha pergunta é: qual foi a reacção do Governador? Qual tem sido a reacção do governador quando membros dum partido fazem confusão entre comícios governamentais e partidários? Como reagiria o governador se as mesmas queixas viessem de membros da Renamo ou MDM, por exemplo? Reflectindo um pouco mais, porquê razão aqueles membros levantaram problemas partidários num comício do governador provincial?
2 comentários:
Caro Reflectindo,
Eu acho que a sua pergunta está muito avançada sobretudo quando se trata de governadores Moçambicanos. Pelo que tenho constatado, os governadores Moçambicanos não sabem destinguir a diferença entre governo e partido, apesar de serem governantes. Isso porque quem os escolheu é presidente do Partido e da República e dai eles acham que tudo está em digrama de ven. Tudo é mesma coisa para eles. Por isso a distinção do poder partidario e executivo em Moçambique não bem sabido e se bem que é sabido, entao é ignorado.
Caro Raúl eu penso que "a distinção do poder partidário e executivo em Moçambique" é mais "ignorado" do que "não bem sabido". É me difícil acreditar que na cachola os governantes não percebam a confusão que a salada governo/pardido cria ao povo Moçambicano.
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