A Renamo, principal partido da oposição moçambicana, desmentiu esta quarta-feira à Lusa ter feito refém um homem, supostamente sequestrado há 20 dias por centenas de ex-guerrilheiros desta formação política, em Nampula, no norte de Moçambique.
Segundo a Rádio Moçambique, que cita uma entrevista de um responsável da Polícia da República de Moçambique (PRM) à Voz da América, as autoridades policiais destacaram a Força de Operações Especiais para reforçar o efectivo policial que vigia os ex-guerilheiros, que se encontram na sede da Renamo em Nampula.
De acordo com a rádio pública moçambicana, a PRM reforçou o contingente junto à sede da Renamo em Nampula, onde estão centenas de ex-guerrilheiros daquele partido, tentando resgatar o homem alegadamente sequestrado.
Em declarações à Lusa, o porta-voz da Renamo na província de Nampula, António Nihorua, negou as acusações de sequestro.
"Estou a ouvir isso pelos 'media'. Alguns jornalistas saíram com a polícia para os bairros para induzir as pessoas a dizerem que alguém foi feito refém, mas não temos nenhum indivíduo feito refém", disse.
António Nihorua confirmou, no entanto, que a Renamo albergou centenas de ex-guerrilheiros na sede provincial do partido, assinalando tratar-se do projecto de aquartelamento anunciado há meses pelo líder da principal força da oposição moçambicana, Afonso Dhlakama.
Os ex-guerrilheiros estão concentrados desde Dezembro de 2011 no bairro de Muatala, convocados por Afonso Dhlakama, que reside em Nampula, para os informar sobre a preparação de manifestações nacionais, anunciadas "para correr com a Frelimo do poder".
A data da realização das referidas manifestações nacionais será discutida a partir de segunda-feira em Nampula, durante o encontro do Conselho Nacional, disse à Lusa o porta-voz da Renamo, Fernando Mazanga.
Esta reunião de três dias, disse Fernando Mazanga, pretende "analisar a vida interna do partido, do país e falar sobre as manifestações e negociações entre o líder da Renamo e o Presidente moçambicano, Armando Guebuza".
Fonte: Rádio Mocambique - 02.03.2012
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