Por Mouzinho de Albuquerque
AVIZINHAM-SE de forma rápida, as eleições municipais intercalares com data marcada para o dia 7 de Dezembro próximo, nas cidades de Quelimane (Zambézia), Pemba (Cabo Delgado) e Cuamba (Niassa).
Neste escrutínio, logicamente que os residentes irão ter, na qualidade de cidadãos participativos e empenhados, a particular incumbência e elementar responsabilidade de exercer um dos direitos mais basilares e emblemático da democracia que é, indubitavelmente, o direito de voto, através do qual cada cidadão em liberdade e em consciência exprime a escolha por uma dada opção numa assembleia eleitoral.
Deste modo, cada residente daquelas cidades municipais vai ter a singular oportunidade de por intermédio de voto escolher o candidato que possui ou goze do melhor perfil, competência, seriedade e responsabilidade, requisitos que devem ser inerentes ao exercício do poder e ao serviço da causa pública.
Olhando agora numa perspectiva meramente analítica para uma realidade concreta e objectiva, no que se refere especificamente àquelas autarquias, desde já, peremptoriamente se pode afirmar que se sente com intensidade a azáfama, sabor, a disputa e a aproximação do dia D. Os candidatos dos partidos concorrentes e algumas das suas linhas programáticas de maior relevo e importância são conhecidos há já algum tempo pelo público em geral, através das respectivas campanhas eleitorais por eles promovidas, permitindo, desta forma, o formular de uma opinião e de um juízo aprofundado desta matéria.
Mas o mais interessante até “espectacular”, destas eleições que acontecem pela primeira vez no nosso país desde que se introduziu a governação municipal, é que no caso dos “renunciantes” da Frelimo dos cargos de presidentes dos conselhos municipais, vemo-los também metidos no barulho das campanhas eleitoras dos candidatos do mesmo partido que os havia “invalidado?”.
Se bem que há quem acredita que a feliz circunstância de terem havido essas renúncias de cargos, não significa divisão. Significa sim, debate de ideias, direito de cidadania, acima de tudo, o pluralismo, mas é com razão dizer que quem me dera que os políticos deste grande país tivessem a capacidade do saudoso Samora Machel, o seu prestígio, os seus ensinamentos e capital de esperança!
Infelizmente volto a dizer que vejo-me rodeado de políticos sem ideias novas, com velhos preconceitos e raciocínios, sem ideias firmes ou velhos princípios de ética política e de liberdade e, acima de tudo, de coragem político-partidária.
Mas é também óbvio, claro e evidente que num país fortemente politizado como o nosso associado à conjuntura económica que todos vivemos, não seja preferível ser “humilhado” do que decidir “suicidar-se” politicamente, como poderá estar acontecer com aqueles que terão sido forçados a renunciar os seus cargos naqueles cidades autárquicas por várias razões.
Contudo, espero que essas eleições sejam bem disputadas e num ambiente ordeiro, haja justo vencedor para o bem e sobretudo consolidação da nossa jovem democracia. Os vencedores correspondam às expectativas que criaram junto dos munícipes em termos da resolução dos vários problemas que os apoquentam.
Fonte: Jornal Notícias - 01.12.2011
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