Luanda - A África precisa de lideranças com nova visão para o desenvolvimento e também democráticos para trabalhar com as competências africanas, defendeu hoje em Luanda, o historiador gabonês Jean Martial Arséne Mbah.
O também docente de história do Instituto Superior de Ciências de educação (ISCED) sustentou que novos líderes de África, além da visão para o desenvolvimento, têm que ser também democráticos para aceitar a trabalhar com as competências internas que a África possui.
“A África tem muitos intelectuais com visão para desenvolver o continente, mas que não são consultados e muita das vezes preteridos”, por isso, a simples reestruturação da União Africana, sem nenhum projecto sério, não dará resultados positivos.
Para o investigador, a estruturação da União Africana não chega para mudar a letargia do continente, mas a África precisa de líderes com visão diferente e uma vontade com vista a desenvolver o seu continente.
Sublinhou que mudança de Organização da Unidade Africana (OUA) para a União Africana (UA) até hoje não deu resultados palpáveis,” porque não se está a ver o trabalho que a UA tem feito a nível político, económico e social em prol dos africanos”.
Por isso, defende para o continente, dirigentes honestos, com visão e projectos, não apenas estadistas que vão participar em cimeiras da organização sem dar resultados palpáveis.
Apelou que os dirigentes africanos deveriam olhar o que está a se passar na América Latina, com a nova geração de líderes, munidos de projectos para a acabar com o atraso e a miséria naquele região do globo.
Jean Mbah apontou que os planos gizados pelas lideranças latino-americanos na cimeira da Mercosul em 2006, nos domínios da cooperação económica, política e monetária.
Realçando que o intercâmbio entre países do bloco permite-lhes hoje pôr as riquezas naturais e minerais ao serviço dos seus povos.
Essa visão de cooperação proposta por Cuba e pela Venezuela consubstancia-se na cedência pelo primeiro de médicos e professores, recebendo do segundo, petróleo e outros produtos que não produz.
A fonte frisou que proposta similar tinha sido feito pelo falecido líder líbio Mummar Kadhafi à União Africana, na qual países que possuem água em abundância poderiam canalizá-la aos Estados do Sahel que a carecem, recebendo em troca produtos que não têm.
“Os produtores de petróleo trocarem-no com outros produtos produzidos por outros países de África”, mas projectos dessa natureza precisam de lideranças com visão para darem certo, lamentou.
Doutorado pela Universidade Paris I (Panthéon-Sobornne), Jean Martial Mbah é professor de metodologia de investigação histórica do ISCED e da Faculdade de Ciências Sociais, da Universidade Agostinho Neto (Angola), licenciou-se em História pela Universidade Omar Bongo, de Libreville (Gabão), obteve o mestrado em Poitiers, França.
Fonte: Angola press - 02.11.2011
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