domingo, agosto 03, 2014

Regimes ditatoriais garantem apoio incondicional a Nyusi

Os dois regimes da África Austral em que os membros da oposição são perseguidos, violentados, detidos e até mortos, e com altos níveis de corrupção, segundo vários relatórios independentes, designadamente o “Afrobarómetro”, querem o candidato da Frelimo, Filipe Nyusi, no poder.


A escala de Filipe Nyusi a países onde os níveis de democracia deixam a desejar começou por Angola, no dia 16 de Julho. Neste país, tal como em Moçambique, ser da oposição é motivo para ser alvo de ataques e perseguições. Tal como Moçambique, a imprensa, especialmente a imprensa pública, está totalmente controlada, e, tal como acontece aqui, dedica-se a celebrar os dirigentes do partido no poder e a lançar ataques de diabolização da oposição, que incluem invenção de notícias para manchar a oposição.

Em Angola, Nyusi recebeu garantias de apoio do secretário-geral do MPLA, Julião Mateus Paulo “Dino Matrosse”. Este justificou o seu apoio à Frelimo e a Nyusi pelo facto de as relações entre o MPLA e a Frelimo serem “antigas, boas, frutíferas e excelentes”. “Dino Matrosse” diz que a experiência entre os dois partidos é mútua.

No dia 27 de Julho, Filipe Nyusi foi pedir conselhos e apoio a Robert Mugabe, outro que lidera um Governo de terror para a oposição. Na ocasião, o presidente do Zimbabwe, Robert Mugabe, declarou publicamente o seu apoio à Frelimo e ao candidato presidencial do partido no poder em Moçambique, esperando uma derrota pesada da oposição nas eleições previstas para 15 de Outubro.

“Sabemos que o povo vai votar naqueles que têm os seus interesses no coração. Moçambique é a Frelimo, não há mais ninguém”, disse Mugabe aos jornalistas que acompanhavam um encontro do presidente do Zimbabwe com Filipe Nyusi, na segunda-feira à noite, em Harare.

“Este é o nosso candidato, e vamos apoiá-lo daqui”, declarou o chefe do Estado do Zimbabwe, acrescentando que a oposição em Moçambique vai ter o mesmo resultado que o Movimento para a Mudança Democrática, de Morgan Tsvangirai, que no ano passado perdeu as eleições presidenciais zimbabweanas, com 34% dos votos, num acto eleitoral denunciado pela União Europeia, EUA e Reino Unido.

“Vocês sabem o que aconteceu aqui em Julho do ano passado. É o que vai acontecer em 15 de Outubro em Moçambique”, vaticinou Mugabe. Em Julho do ano passado, o Zimbabwe organizou eleições que não foram bem vistas pela comunidade internacional. Aliás, vários observadores de países com tradição democrática não foram credenciados. Mugabe escolheu a dedo os países que deviam “observar“ as eleições. E a “sorte“ coube para países como a China, Rússia, Irão e outros países mal-afamados em matéria de democracia, eleições e transparência. (Redacção)


Fonte: Canalmoz – 01.08.2014

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