Os cinco homens e um adolescente acusados de atacar um jovem, a 16 de dezembro, de forma brutal e violar a namorada que o acompanhava - que acabou por morrer na última sexta-feira, em Singapura - enfrentam agora dificuldades para encontrar quem os defenda em tribunal.
A polícia preparou um relatório com 1000 páginas que deverá ser apresentado já na quinta-feira na primeira audiência do julgamento, em Saket, Nova Deli. Mas os 2500 advogados resgistados no tribunal local decidiram que não irão defender os acusados, neste caso que chocou o país e tem sido amplamente noticiado em todo o mundo.
“Decidimos que nenhum advogado se vai apresentar para defender os acusados da violação", disse à AFP Sanjay Kumar, membro da Associação de Advocacia da região de Saket, que adiantou ser a defesa desta caso 'imoral'.
Esta decisão já havia sido antes tomada durante o julgamento do único responsável pelos atentados de Bombaim, que causou 166 mortos, em 2008.
No ataque, que terá durante 90 minutos, a jovem estudante de medicina foi violada por todos os atacantes, incluindo o condutor, que terá tentado mesmo atropelá-la, tendo esta sido salva pelo amigo que a acompanhava.
De acordo com o ministro do Interior indiano, os cinco acusados pelo crime incorrem na pena de morte se forem considerados culpados, uma pena que raramente é aplicada na Índia. Quanto ao mais jovem dos acusados, de apenas 17 anos, a sua pena irá depender da confirmação da sua idade pelo tribunal.
Este caso, que abalou o país de norte a sul, já levou a que o governo tomasse medidas como o registo de nomes, fotografias e moradas de quem já foi condenado por crimes sexuais contra mulheres.
Outra das promessas foi o aumento das patrulhas da polícia à noite, a proibição de autocarros com cortinas ou vidros pintados e a investigação dos motoristas. Entretanto, desde segunda-feira que está a funcionar em Deli uma linha telefónica para mulheres em perigo, ligada a todas as esquadras da cidade.
De acordo com números oficiais, 228 mil dos mais de 256 mil crimes violentos registados em 2011 na Índia foram contra mulheres. Só em Nova Deli, a cada 14 horas, uma mulher é violada.
Fonte: SAPO - 02.01.2013
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