quarta-feira, maio 16, 2012

Negociatas do clã Sidat podem estar por detrás da viagem Estranha deslocação dos Mambas ao Irão

Por Paulo Mubalo e Amós Zacarias

A deslocação dos Mambas ao Irão, onde no dia 2 de Maio corrente defrontaram os donos da casa e perderam por 3-0, em jogo de preparação para o CAN e Mundial 2013/2014 respectivamente, está a inquietar o Ministério da Juventude e Desportos (MJD) por não ter sido comunicada com pelo menos 15 dias de antecedência como reza a legislação desportiva.


Com efeito, este organismo notificou recentemente a Federação Moçambicana de Futebol (FMF) para se explicar. Mas de permeio levantam-se mais dúvidas e interrogações sobre as fortes ligações empresariais entre o clã Sidat, família toda poderosa na FMF, e o seleccionador do Irão, o luso-moçambicano, Carlos Queiroz.

A recente ida do combinado nacional ao Irão está a alimentar acesos debates no seio de segmentos ligados ao futebol e não só. Tudo isto porque não foi comunicada atempadamente ao Ministério de pelouro, num período de 15 dias, segundo rege o artigo 214 da Legislação sobre o desporto.

Segundo disse, esta quarta-feira, Inácio Bernardo, director Nacional dos Desportos, o MJD recebeu a informação da ida da selecção nacional ao Irão no dia 29 de Abril, ou seja, três dias antes da sua partida, o que automaticamente viola o preconizado na lei.

MJD notifica FMF

Segundo apurou o SAVANA, na última segunda-feira o Ministério da Juventude e Desportos notificou a FMF, como forma de pressioná-la a dar explicações sobre os contornos e os procedimentos usados na deslocação dos Mambas ao Irão sem respeitar os preceitos estabelecidos.

Enquanto isto, o director Nacional dos Desportos, Inácio Bernardo nega que a notificação esteja ligada ao que tinha sido avançado por alguma imprensa da praça, que dava conta de que a ida dos mambas àquele país asiático iria embaraçar Maputo, dadas as más relações diplomáticas entre Teerão e o Ocidente.

Bernardo avançou que na altura que a comunicação da FMF deu entrada ao Ministério, este se encontrava reunido em Assembleia-Geral que teve lugar em Garrudzo, na província de Manica. Por esta razão não houve tempo para as duas partes se sentarem à mesma mesa e discutirem a situação, como tem sido habitual quando todas as selecções programam jogos.

Questionado sobre as medidas a serem tomadas face a este equívoco, Inácio Bernardo disse ainda ser prematuro avançar com as sanções, mas admite que tudo está dependente da resposta a ser dada pela FMF.

Mas o que SAVANA apurou, circularam em alguns círculos indicações que dão conta de que o que levou o MJD a notificar a FMF é o facto de reinar a convicção de que o boss do Prédio Fonte Azul terá arrastado a equipa de todos nós para um jogo em que haveria ganhos pessoas. São conhecidas as ligações empresariais entre o seleccionador iraniano Carlos Queiroz e o irmão do presidente da FMF, o agente-FIFA, Shafi Sidat. Segundo as mesmas fontes, a aventura dos Mambas ao Irão poderá ter servido de exposição dos nossos jogadores no mercado asiático para os negócios de Shafi na qualidade de agente - FIFA. Em alguns círculos vaticina-se para as próximos tempos a venda de jogadores nacionais agenciados por Shafi, no mercado asiático, sobretudo, no Irão.

Sabe-se, no entanto, que a ida dos Mambas ao Irão foi à convite do seleccionador Iraniano, o luso-moçambicano Carlos Queiroz, que recentemente visitou o nosso país, em missão empresarial.

Fonte: Savana - 16.06.2012

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