A polícia moçambicana acusou hoje homens armados da Renamo de terem matado uma pessoa e provocado ferimentos graves em outras nove e ligeiros em 22, em ataques ocorridos na semana passada no centro do país.
Num balanço sobre a "situação político-militar" entre os dias 25 a 30 do mês passado, o Comando-Geral da Polícia da República de Moçambique (PRM) informa que a vítima mortal era um civil que seguia numa coluna de viaturas que fazia o trajeto rio Save-Muchúnguè, na província de Sofala, que foi atacada no dia 30 por alegados homens armados da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo).
Todas as vítimas resultaram de ataques perpetrados nas províncias de Manica e de Sofala, dois pontos do país que têm sido o centro dos confrontos entre o braço armado do principal partido de oposição e as Forças de Defesa e Segurança moçambicanas e de ataques atribuídos ao movimento a escoltas militares que garantem a segurança na circulação em vários troços da região.
"Visando perpetuar um clima de paz, ordem, segurança e tranquilidade públicas, a PRM apela à participação de todos os cidadãos no processo de manutenção de paz e segurança, através de denúncias pontuais de todos os atos que tendem a alterar a ordem pública", refere a informação que consta do balanço do comando-geral da PRM.
Num comício na segunda-feira na província de Nampula, norte do país, o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, defendeu que o líder da Renamo, Afonso Dhlakama, "deve parar de matar pessoas".
"Ele deve parar de matar, porque esse nunca foi o caminho mais correto para governar", afirmou Nyusi, declarando ainda que tem estado a falar com Dhlakama sobre um eventual encontro entre os dois líderes para o fim da instabilidade militar no país.
O Governo moçambicano e a Renamo anunciaram na semana passada que já foram enviados convites à União Europeia (UE), Igreja Católica e África do Sul para se envolverem como mediadores nas negociações de paz em Moçambique.
O principal partido de oposição moçambicano exige governar em seis províncias onde reivindica vitória nas eleições gerais de 2014, acusando a Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), partido no poder, de se manter na governação do país por via de fraude eleitoral.
Fonte: SAPO – 05.06.2016
Sem comentários:
Enviar um comentário