Dez dias depois de terem iniciado com os trabalhos, os mediadores internacionais do diálogo político estão de malas aviadas para os seus países de origem.
O grupo justifica que o regresso “prematuro” deve-se a questões logísticas, mas não especifica o que é que está em causa. “O motivo principal são questões logísticas. Passam 10 dias em que estamos aqui e na primeira vez que sentamos à mesa do diálogo político ninguém tinha um programa específico. Agora já fizemos um programa mais preciso, por isso a nossa partida não tem nada que ver com questões políticas”, disse o porta-voz dos mediadores.
Na declaração lida à imprensa, Mario Rafaelli fez notar que o regresso não é definitivo, pois todos os mediadores deverão retornar a Maputo no dia 8 de Agosto para prosseguir com as conversações. Rafaelli resumiu o “TPC” que deixam para as delegações do Governo e da Renamo: reflectir na proposta dos mediadores sobre o primeiro ponto da agenda, nomeadamente, a reivindicação do partido de Afonso Dhlakama de governar seis províncias onde teve maior número de votos nas eleições de 2014. “Não queremos uma resposta imediata, é apenas uma proposta de reflexão para as duas partes até à reunião de Agosto”, disse Mario Rafaelli, o italiano que também foi mediador chefe do Acordo Geral de Paz de 1992, assinado em Roma.
As linhas de força da proposta dos mediadores para o primeiro ponto de agenda não foram reveladas, mas é líquido que as duas delegações têm posições divergentes sobre a governação das seis províncias. Na curta permanência na capital, os mediadores reuniram duas vezes com o Presidente da República e tiverem dois contactos por telefone com o líder da Renamo. Para Mario Rafaelli, as conversas mantidas com Filipe Nyuis e Afonso Dhlakama sinalizam que as negociações estão no caminho certo.
Fonte: O País – 27.07.2016
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