A visita a Moçambique de uma missão do FMI estava prevista para esta semana, mas foi cancelada por causa de dúvidas surgidas relativamente a uma dívida referente à empresa ProIndicus, criada pelo Governo moçambicano para a aquisição de material militar.
Para tentar reverter a situação, o primeiro-ministro Carlos Agostinho do Rosário chega amanhã a Washington para discussões com o FMI.
O CIP, vocacionado para a promoção da boa governação, transparência e integridade, na voz de Celeste Banze, do pelouro de Receitas e Despesas Públicas, diz que a decisão do FMI vai ter graves implicações na economia moçambicana.
"O que nós podemos indicar como implicações, a curto prazo, é a redução das expectativas dos próprios investidores. Moçambique tem registado atrasos em termos de fluxo de capital estrangeiro e esta decisão do FMI pode deteriorar ainda mais a capacidade do país de beneficiar desses fluxos de capital", destaca Celeste Banze.
Aquela responsável refere ainda que, para além disso, as expectativas dos agentes económicos moçambicanos vão ser influenciadas por estes acontecimentos, o que, imediatamente, terá um impacto na taxa de câmbio e sublinhou que "no mercado informal, esta segunda-feira, 18, o dólar está a ser transacionado a 60.50 meticais", contra os pouco mais de 50 da semana passada.
O economista João Mosca considera ser necessário um trabalho muito sério sobre a questão da dívida soberana moçambicana, "porque há muitas lacunas de transparência e muitos assuntos que não estão claros".
De referir que a reunião do Comité Central da Frelimo, concluída no sábado, na Matola, instruiu o Governo a desencadear um processo de esclarecimento público sobre as dívidas da Ematum e do ProIndicus.
Fonte: Voz da América – 18.04.2016
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